As escolas de samba dos grupos C e B abrem os desfiles oficiais das escolas de samba de Niterói, logo mais a partir das 20h. As primeiras a desfilar são as escolas do grupo C, e a partir das 22h15 se apresentam as escolas do Grupo B.
Pelo terceiro ano consecutivo o Caminho Niemeyer será o palco para apresentação da Escolas de Samba (foto: Na Cadência da Bateria)
Conforme o regulamento publicado no Diário Oficial da cidade em 11 de novembro de 2023, a campeã do Grupo C será promovida ao Grupo B em 2025 e terá direito a uma premiação de R$ 10.000,00 (vinte mil reais). Já a campeã do B receberá a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e desfilará no grupo principal.
A disputa promete ser acirrada, mas a preocupação em relação às alegorias, noticiada pela Cadência ao longo da última semana, se concretizou na manhã desta sexta-feira. Nossa reportagem visitou a concentração das escolas no Caminho Niemeyer, próximo ao Teatro Popular, e verificou que a maioria das alegorias estão com problemas de acabamento. Algumas delas ainda estavam sendo confeccionadas no local. Foi possível ver carros com parte de sua estrutura ainda na madeira.
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Na manhã do primeiro dia de desfiles de Niterói várias agremiações ainda trabalhavam na montagem das alegorias. (foto: Na Cadência da Bateria)
A conclusão das alegorias deve se prolongar até momentos antes dos desfiles visto que os profissionais e artesãos que trabalhavam na concentração estavam empenhados em fazer o melhor possível, apesar do clima de insatisfação e indignação.
Um desses profissionais nos relatou as dificuldades para a confecção das alegorias. “Sofremos duas enchentes no barracão. Perdemos madeira e tivemos de desmontar tudo que já estava pronto para não perdemos mais material. A água cobriu as rodas dos carros, sequer podíamos ligar as máquinas de solda”, disse o artesão à nossa reportagem.
Outro não escondeu seu sentimento. "É o carnaval da vergonha", disse visivelmente desanimado e cansado. “É meu último carnaval aqui. Não dá mais. Até Friburgo tem um carnaval melhor que o nosso”, complementou.
Curioso é que nenhum deles quer se identificar. Ficam receosos com uma possível retaliação às suas agremiações. Trata-se de uma situação preocupante à medida que os sambistas, artistas, carnavalescos e artesãos, que de fato fazem o carnaval acontecer não tenham voz. Se o interesse de todos, sejam artistas, sambistas, dirigentes das escolas, poder público, é de crescimento do carnaval da cidade e a retomada aos dias de glória que forjaram agremiações fortes como Unidos do Viradouro, Acadêmicos do Cubango e Acadêmicos do Sossego que hoje dão visibilidade à cidade na Capital, e desfiles atraentes ao público e a turistas, será necessário rever conceitos e ouvir mais quem de fato faz o Carnaval.
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