CADÊNCIA DA BATERIA

O maior encontro de bandeiras de Niterói

CARNAVAL DE NITERÓI 2018

Alegria da Zona Norte - Campeã do Grupo A

CARNAVAL DE NITERÓI 2018

Experimenta da Ilha da Conceição - Campeão do Grupo B

CARNAVAL DE NITERÓI 2018

União da Engenhoca - Campeã do Grupo C

NA CADÊNCIA DA BATERIA 2018

O CARNAVAL DE NITERÓI PASSA AQUI

NA CADÊNCIA DA BATERIA

O maior acervo do Carnaval de Niterói

CADÊNCIA DA BATERIA

Carnaval de Niterói. Ontem e hoje!

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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Galo de Ouro divulga seu primeiro samba exaltação

quarta-feira, 29 de abril de 2020
O GRES Galo de Ouro, escola de samba de São Gonçalo, que participa dos desfiles niteroienses divulgou letra e áudio do seu primeiro samba-exaltação.

Composto inteiramente pelo whatsapp devido a pandemia, o samba tem assinatura de Paulo Beckham (quatro vezes campeão de samba enredo na escola), João Perigo, William Neves e Duda SG (um dos cantores que compõem o carro de som do Porto da Pedra, e também campeão de samba enredo no Galo. "Nossa intenção foi fazer uma letra bem poética e com uma melodia que mexesse com o sentimento da comunidade. Quando mandamos o samba para o Presidente da escola a primeira palavra dele foi 'muito Obrigado, vocês me emocionaram'", contou o compositor Paulo Beckham à Cadência da Bateria

A obra enaltece o sentimento do sambista do Galo Branco, "Simplesmente ser feliz".

Confira o áudio e a letra:



EXALTAÇÃO GALO DE OURO
Autores: Paulo Beckham, João Perigo, William Neves e Duda SG

Viver você, amar você
Das cinzas até a sirene ecoar
Ensandecer... Quando o repique chamar
É samba correndo nas veias
É um amor que incendeia
Cantar... Cantar minha raiz
Ser Galo de Ouro simplesmente é ser feliz "GALO DE OURO SIMPLESMENTE É SER FELIZ."

Meu pavilhão!
Aos prantos venero, tingido amarelo
Bordado em Ouro, Vermelho-Paixão
É Inspiração de um Folião
Seiva da vida, o meu carnaval
Oh Senhora, oh Senhora!
Virgem Aparecida Imaculada, Rogai!
Estenda Seu Manto sobre o Galo Branco
Escola amada, minha diretriz!
Ser Galo de Ouro simplesmente é ser feliz "GALO DE OURO SIMPLESMENTE É SER FELIZ."

Grilo da Fonte fará homenagem ao Horto do Fonseca em 2021

quarta-feira, 29 de abril de 2020
O GRES Grilo da Fonte, integrante do Grupo 'C' do carnaval de Niterói, divulgou nesta quarta-feira, seu enredo para o próximo carnaval. Vice-campeã do Grupo D no último carnaval, a escola da Teixeira de Freitas irá fazer uma homenagem ao Horto do Fonseca, que em 2021 completará 145 anos. 

O Enredo foi criado e será desenvolvido pelo carnavalesco Renato Rosa que trará com esse desfile um pouco da história da cidade de Niterói. "Assim como o Horto do Fonseca, a nossa escola passou e está passando por grandes transformações. Com o vice campeonato no último carnaval, a escola vem se preparando para realizar um belo desfile", disse o presidente da escola, Cosme França.

O Jardim Botânico de Niterói passou por muitas transformações ao longo dos anos, já abrigou o jardim zoológico e tem um enorme espaço verde preservado no coração do bairro Fonseca.

LESNIT abre processo de eleição para o próximo triênio

quarta-feira, 29 de abril de 2020
A Liga das Escolas de Samba de Niterói (Lesnit) divulgou na última segunda-feira, 27 de abril, o regulamento para o processo que vai escolher sua próxima diretoria. Presidida por Carlos Xororó desde sua fundação em 2017, a entidade está sendo comandada desde março de 2020 pelo presidente do Conselho Deliberativo, Rodinei Pinto Pontes. O mandato da gestão anterior expirou em março, mas devido a impossibilidade da realização da eleição provocada pelo confinamento social imposto pela pandemia do Corona Vírus, o pleito não foi realizado no período previsto.

O regulamento do processo eleitoral que deveria ter sido publicado em 16 de março só foi divulgado na segunda-feira, 27 de abril, mesmo dia do início para a inscrição das chapas concorrentes. Candidatos interessados têm até o dia 07 de maio de 2020 para se inscreverem. A divulgação das chapas aptas a participarem do pleito será no dia 8 de maio. A eleição está prevista para o dia 16/05/2020.
Conforme Estatuto Social da Lesnit, para participar da eleição, como candidato ou eleitor, é necessário:

a) SER SÓCIO (A) DA LESNIT: FUNDADOR (A); EFETIVO (A) OU BENEMÉRITO; 
b) SER MEMBRO DA DIRETORIA EXECUTIVA, SENDO FACULTADO, SER OU NÃO PRESIDENTE EXECUTIVO DE ALGUMA AGREMIAÇÃO PESSOA JURIDICA FILIADA A LESNIT; 
c) SER MEMBRO DOS CONSELHOS: FISCAL, FUNDADOR E DELIBERATIVO; 
d) SER UM CONSELHEIRO DELIBERATIVO CONFORME ATA DE CONSTITUIÇÃO DA LESNIT;

Confira o Regulamento completo:







terça-feira, 21 de abril de 2020

Valber Frutuoso é o novo diretor geral de harmonia da Botafogo Samba Clube

terça-feira, 21 de abril de 2020
A Botafogo Samba Clube tem um reforço de peso para 2021. Trata-se de Valber Frutuoso, que assume a direção geral de harmonia da escola alvinegra, mesma função que exerce na Beija-Flor de Nilópolis. 

Com mais de 30 anos no segmento, Valber acumula trabalhos na União da Ilha do Governador e na Grande Rio (foto divulgação)

Filho de um dos fundadores do Cacique de Ramos, Frutuoso tem em seu DNA a paixão pelo samba. Ele agradece o convite de também poder dirigir a harmonia da escola que carrega as cores de seu outro amor: o Botafogo. "Fico feliz pelo reconhecimento e o carinho que o presidente Sandro Lima teve comigo. Estou feliz, bastante animado e confiante de que faremos um trabalho de qualidade na escola, buscando colocá-la na Marquês de Sapucaí. Será um desafio novo e é mais uma responsabilidade, porém tenho a certeza que honraremos as cores do nosso Fogão", afirma Valber.

Presidente da escola, Sandro Lima rasgou elogios ao novo contratado. O alvinegro exaltou a qualidade da equipe montada pela escola em busca da ascensão de grupo no carnaval do Rio de Janeiro. "Ter uma pessoa do profissionalismo e da competência do Valber só engrandece a nossa escola. Estamos montando um time de peso para buscarmos a vaga na Série A. A gente vem trabalhando com muita sabedoria, seriedade e buscando os melhores nomes para que a Botafogo Samba Clube siga fazendo história e conquistando o seu espaço", ressalta Sandro Lima.

Em 2021, a BSC desfilará pelo Grupo Especial da Intendente Magalhães em busca do acesso à Série A, na Sapucaí. O projeto será desenvolvido pelos carnavalescos Marcelo Adnet e Ricardo Hessez.

Sossego auncia novo primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira

terça-feira, 21 de abril de 2020
O primeiro pavilhão do Acadêmicos do Sossego já tem novos defensores. Fabricio Pires e Giovanna Justo formam o novo Casal de Mestre-sala e Porta-bandeira da azul e branco do Largo da Batalha. A dupla, que já dançava juntos há dois carnavais, chega para somar à família de Niterói em busca dos 40 pontos no quesito.

Fabricio Pires e Giovanna Justo formam o novo primeiro casal de Mestre-sala e Porta-bandeira da Sossego (foto: divulgação)

Giovanna já foi campeã no Grupo Especial e tem passagens pela Mangueira, Unidos da Tijuca, Vila Isabel, Viradouro, Tuiuti e São Clemente. A porta-bandeira revelou que já se sente em casa. "Tenho alguns amigos na escola, já era um 'namorinho' e quando aconteceu a minha saída da agremiação que eu estava, acabou virando um casamento. Mal cheguei e já estou me sentindo em casa com o carinho que recebi", destacou Giovanna.

O mestre-sala tem passagens pela Caprichosos, Tradição, Cabuçu, Portela, Mocidade, Porto da Pedra e São Clemente. Fabricio chega otimista na nova agremiação e com muita garra. "Percebo um momento de assertividade na escola para fazê-la ainda maior. A expectativa é de um trabalho de qualidade. A comunidade é forte e se identifica com a escola. Isso nos proporcionará um ano leve e principalmente feliz", revelou Fabricio.

A dupla é mais uma contratação de peso para a escola, que no Carnaval 2021 levará o enredo 'Visões Xamânicas", desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues, para a Marquês de Sapucaí.

Aroldo Melodia será enredo no Carnaval de Niterói em 2021

A Paraíso da Bonfim é mais uma escola de samba de Niterói a anunciar o enredo para 2021. "Segura a Marimba. O artista está no Paraíso", será uma homenagem a uma das principais vozes da Marquês de Sapucaí, Aroldo Melodia. O tema será desenvolvido pelo carnavalesco Kiko Ramos.

Mais uma vez o Paraíso não realizará disputa de samba. Em breve serão divulgados o samba e seus compositores, conforme informação do presidente da agremiação, Willian Neves.

O GRES Paraíso da Bonfim integra o Grupo B do carnaval niteroiense, com desfile previsto para segunda-feira de carnaval.

Sossego levará as "Visões Xamânicas" para Sapucaí em 2021

terça-feira, 21 de abril de 2020
O Acadêmicos do Sossego aproveitou o Dia do Índio (19 de abril) para anunciar o seu enredo para o Carnaval 2021. No próximo ano a escola de Niterói levará "Visões Xamânicas" para a Marquês de Sapucaí. Desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues, o tema traz uma saga épica imaginada entre o presente e futuro, com a narrativa inspirada em relatos de David Kopenawa, o grande Xamã Yanonami.

Enredo é inspirado em relatos do Grande Xamã Yanonami

O enredo abordará o fato em que a humanidade se encontra exatamente, onde grandes profecias xamânicas disseram que chegaríamos: no colapso do planeta provocado por um sistema de ambição e consumo. Consciente do seu papel cultural e social, a escola do Largo da Batalha abordará o contexto indígena para valorizar a natureza e fará a cidade cantar melodias de esperança e consciência para seu povo.

"Há dois anos eu havia preparado um enredo sobre resistência indígena, eu já cultivava esse desejo de mostrar algo mais ligado às referencias culturais dos nossos povos tradicionais. Durante esse período um amigo historiador me recomendou a leitura do livro “A queda do céu”, uma narrativa da vida do Xamã Yanomami Davi Kopenawa, contando um pouco da cosmologia do seu povo", revelou o carnavalesco André.

Partindo de uma reflexão sobre a sociedade e cultura de consumo e progresso que o homem não indígena construiu, o enredo sofreu alteração em meio à crise causada pela Pandemia da Covid-19. Atualmente não pensamos o que estamos construindo em sociedade e o porque de não conseguir entrar em harmonia com a natureza. Criamos muitas versões de futuro, mas olha onde estamos: presos em nossas casas sem conseguir interagir e “progredir”.

domingo, 19 de abril de 2020

Abrindo os Portões Imaginários. O desfile marcante do Cubango em 1979

domingo, 19 de abril de 2020
O pesquisador, escritor e compositor João Perigo volta ao ano de 1979 para lembrar os acontecimentos que levaram o GRES Acadêmicos do Cubango a mais importante conquista de sua história, o famoso Pentacampeonato. Confira o artigo.


Abrindo os Portões Imaginários
por João Perigo

            Através dos portões imaginários seremos levados ao longínquo ano de 1979, precisamente à cidade de Niterói. O carnaval local parece dominado pela tetracampeã verde e branca do Morro do Abacaxi. É isso… Toda a atenção estava voltada para o que preparavam os bambas do Cubango, denominados Acadêmicos, para o tão sonhado penta. Marco notório que atingiriam antes mesmo da Seleção Brasileira.
Um projeto campeão dependeria de um enredo bem escolhido. O departamento cultural optou pelo enredo “Afoxé”, uma verdadeira reverência a festejos de cunho religioso realizados na antiga capital da Nigéria, popularizados posteriormente no Brasil, sobretudo na cidade de Salvador: a verdadeira resistência de camadas populares do Brasil, portanto, um enredo rico em cultura, com apelo popular e com temática afro, marca principal da agremiação.
Redigida a sinopse foram convocados os poetas da casa com uma missão nada simples: escrever um hino capaz de levar o Cubango ao título e entrar para a história como o samba do pentacampeonato. As parcerias já se desenhavam há meses. Como por um acaso do destino Heraldo Faria, campeão das disputas de samba enredo para o carnaval de 1978 e ainda novato na ala, convida Flavinho Machado para que façam juntos o samba. Flavinho se empolga com a ideia, mas não firma parceria por resistência de João Tapê, que não queria um terceiro elemento em sua composição. A ironia é que Flavinho e Heraldo formariam a partir do seguinte carnaval uma das duplas mais prósperas nas composições de sambas enredo, tendo alcançado importantes vitórias na Cubango, Viradouro e Mangueira durante as décadas seguintes.
Heraldo relata que à época andava pensativo quanto à abordagem que utilizaria na composição. Tinha ciência que a grande maioria do compositores se atinha ao texto fornecido pela escola. Porém, o jovem compositor tinha a intenção de ir mais a fundo, conhecer de fato o enredo e compreender a história narrada para só então colocar algo no papel. Seria necessária uma pesquisa acerca do tema, fugir das limitações da sinopse, método empregado pelo campeoníssimo David Corrêa nas escolas de samba cariocas e muito utilizado por ninguém menos que Silas de Oliveira, o grande nome do samba enredo.
Dentre as pesquisas encontraria um livreto do Ministério de Educação e Cultura sobre Mãe Menininha do Gantois, narrando uma viagem à Nigéria, precisamente na região de Lagos, foco central do enredo. Neste material constatou que Xangô, oriundo da região, tinha o camelo como seu animal preferido e, portanto, sagrado devido a sua longevidade e resistência sob o intenso calor do deserto. A referência fora corroborada por outros livros e Heraldo viu-se inclinado a finalizar o samba citando tal fato, que nem mesmo pertencia à sinopse, aliado a um refrão cuja letra seria de domínio público. Desenhava-se assim uma das mais importantes obras do carnaval Niteroiense, que nem mesmo estava finalizada, sequer escolhida como samba oficial do Cubango.
O primeiro passo seria mostrar a seu parceiro João Belém que, como motorista, trabalhava para a prefeitura em um canteiro de obras na praia de Icaraí. Lá foi Heraldo com os rabiscos debaixo do braço cantarolar sua melodia. João, com um sorriso de orelha a orelha dispara: “Isso é uma bomba! Vamos pegar esse caminho!”. Marcaram então para finalizar o samba no dia seguinte e, quando o fizeram,  solfejaram a recém nascida canção. Heraldo se assusta ao olhar pro parceiro e perceber que estava chorando copiosamente, visivelmente emocionado com o que haviam criado.
No domingo seguinte Heraldo compareceu a uma feijoada no morro do Abacaxi, mais precisamente na casa de Belém, muito querido na comunidade. João não havia começado sua trajetória no mundo do samba ontem, sabia como tudo funcionava. Não bastava que a obra fosse linda, era preciso que o povo aprendesse rápido e cantasse de forma fácil. Que maneira melhor de testar sua obra que em uma feijoada rodeado de amigos e familiares? Assim o fizeram. Passaram o samba com o povo presente que rapidamente encontrava-se cantando-o por completo, feito mágica.
Dia 25 de Agosto de 1978 iniciou-se a disputa, na sede do Fluminense, com direito a roda de samba e toda pompa de grande evento. Oito obras foram inscritas pelos poetas da casa. É bem verdade que algum tempo antes a Ala de Compositores tentou barrar a participação de João Belém nas disputas, alegando sua ausência em reuniões e ensaios, tendo sido até mesmo votada sua suspensão em assembléia. Por sorte a situação foi contornada e a verde e branca foi agraciada com uma espetacular obra que, ganhando força na eliminatória do dia 8 seguinte, chegou com fôlego, e certa sobra, para a grande final do dia 29 de Setembro. O resultado não poderia ser outro: Heraldo Faria bicampeão e João Belém, apesar de veterano, ganhara seu primeiro samba enredo em sua amada escola.
A repercussão pré carnaval aconteceu de maneira nunca antes vista na cidade. A força melódica da obra aliada à poética simples e de requintado bom gosto rendeu uma gravação de qualidade no elepê das escolas de samba de niterói de 1979, que não havia sido produzido mais desde um teste inicial em 1974. Esse conjunto de fatores impulsionou a composição pela Baía de Guanabara e pelo resto do Brasil, sendo apontada por especialistas e jornais da época como o melhor samba enredo do país naquele ano. Segundo o Pasquim de 16 de Março: ‘Infinitamente superior a tudo que será cantado na Marquês de Sapucaí”. Durante o período de carnaval o Cubango é inclusive convidado para desfilar no Rio de Janeiro sob alegações de que não teria mais concorrentes em sua cidade de origem.
Seguiam os ensaios às sextas no Fluminense e aos domingos no ginásio do Fonseca. Bateria e canto afiados para uma apresentação impecável frente aos jurados durante os 70 minutos de desfiles nos 400 metros de passarela na Amaral Peixoto. O carro de som comandado por Flavinho e Mariozinho contaria com o reforço de gala de Elza Soares durante o desfile, para guiar o canto dos 3200 componentes divididos em 139 alas. A bateria comandada por Mestres Charles e Nelson Nei contaria com 266 ritmistas, dentre eles 40 tamborins para abrilhantar o ritmo. A ala das crianças com mais de 100 pequenos prometia ser uma atração à parte.
No entanto, apesar de certos segmentos estarem trabalhando muito bem, não era a escola como um todo que funcionava perfeitamente. Alguns atritos internos resultaram na saída de destaques, do casal de mestre sala e porta bandeira e da Ala dos Artistas por completo, que migrou para a Viradouro.
Os trabalhos no barracão, situado na Rua Visconde do Rio Branco, seguiam comandados por Luiz Beleza, Neném, Ari Sergio, Flavio Duarte, José Fraga, Luís Gonzaga, Ledir, Carlos Alberto, Jair Castor, Jorginho, Paulinho, Eugênio e Borges a construção de quatro carros alegóricos, doze tripés com máscaras tribais e o famoso portão imaginário, feito de bambu e com efeitos de fumaça com gelo seco. O abre alas, do Afoxé, possuía medalhões em cobre, o nome da escola e como destaques um menino representando Babalotim e sete mulatas. No segundo carro oito ninfas de Exu guardando um tesouro, com fantasias caríssimas. O terceiro carro contava com atabaques, à frente da bateria e o quarto e último carro traria Xangô e seu Camelo sagrado, sendo o mais aplaudido durante o desfile oficial, orçado em quatro milhões de Cruzeiros, pensado em cada detalhe a exaustão para que nada desse errado na busca pelo Pentacampeonato. A mente por trás de cada detalhe era Carlos Alberto Costa, carnavalesco com bagagem e passagem vitoriosa pela agremiação.
Ao pisar na Avenida Amaral Peixoto o GRES Acadêmicos do Cubango é recebido pelo público de forma calorosa. Os vinte mil presentes se agitaram nos primeiros versos cantados por Elza Soares. Daí em diante tudo que se ouvia eram os refrões entoados a plenos pulmões pelas arquibancadas e pelos desfilantes que transbordavam de animação. O Sol das seis da manhã, nascendo por detrás do Morro Indígena refletia nas roupas brilhantes, tudo friamente calculado. Apesar de não ter conseguido levar os 3200 prometidos desfilantes a Cubango foi uma das maiores agremiações a cruzarem a Amaral Peixoto em 1979, conseguindo, segundo a imprensa: “Unir seus sambistas numa só corrente”.
Viu-se àquela noite um desfile de gala. Trajes africanos, pedrarias, mulheres onças. Concebidos em materiais baratos e de grande efeito, como sisal, lamê e ráfia. Os destaques foram muito elogiados pelo “banho de luxo”.O Cubango deixa a passarela já de dia, depois das sete da manhã, sob gritos de Campeã e arrastando o público em um bloco que se estenderia para além dos eventos oficiais.
Na apuração as notas não fogem ao esperado: o antológico samba enredo gabarita, assim como alegorias, harmonia, bateria, fantasias e comissão de frente. O casal, elogiado pelo imprensa em sua apresentação, recebe uma nota 9, surpreendente assim como o que antes fora pensado como um ponto forte da escola: o enredo, que repete a nota. Ainda assim, com 87 pontos, o Acadêmicos do Cubango encerrou a apuração na primeira colocação, apenas 1 ponto a frente da Unidos do Viradouro, que recebeu uma nota 8 em enredo. Estava alcançado o objetivo: o pentacampeonato inédito na cidade, que até os dias de hoje somente foi igualado entre 1980 e 1984 pela Viradouro.
Essa é uma história de união e dedicação dos mais variados artistas e foliões por um bem comum que resultou em sucesso e, em contrapartida, foi capaz de projetar ainda mais a folia niteroiense no cenário carnavalesco nacional. À época, em entrevista o mestre Candeia elogiava largamente as escolas da cidade por se manterem fiéis a suas raízes, sendo esse o verdadeiro carnaval que sonhava para sua agremiação, o Quilombo. Outra personalidade que opinou acerca foi Jorge amado, que assistiu aos desfiles de 1979 em Niterói, pois era o enredo da Souza Soares. Jorge, de maneira categórica, afirma em uma declaração ao rádio que: “O desfile o deixava muito emocionado e que estava achando o carnaval de Niterói muito mais autêntico que o carnaval do Rio de Janeiro”. Proferindo então sua opinião que até hoje orgulha os sambistas da Cidade Sorriso: “É o carnaval de Niterói o segundo melhor do Brasil”.
Entre tanto trabalho, esmero e sonhos, podemos dizer: ‘Essa é a história do afoxé…’

 Fontes:

-       O Pasquim, 507, 16 a 22 de Março de 1979
-       A Luta Democrática, 7739, 14 de Fevereiro de 1979
-       A Luta Democrática, 7750, 6 de Março de 1979
-       O Fluminense, 2690, 7 de Janeiro de 1979
-       Memórias de Heraldo Faria, em heraldofaria.blogspot.com/

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João Perigo é compositor e pesquisador do carnaval.
Autor do livro "Carnaval de Niterói - O Resgate das Memórias Esquecidas", onde realiza um estudo sobre a história do carnaval niteroiense, especialmente dedicado a Combinado do Amor, Souza Soares, Sabiá e Corações Unidos.
Na Cadência, João aborda os sambas enredo e a sua relação com a memória do carnaval.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Paulo Pinna é anunciado como novo coreógrafo da Porto da Pedra

quinta-feira, 2 de abril de 2020
Responsável pela Comissão de Frente do Império Serrano no último carnaval , o coreógrafo Paulo Pinna está de casa nova. Em 2021 atuará na Porto da Pedra. 

Paulo no Império Serrano no último carnaval (foto: Viviane Medina | Riotur)

Em seu perfil nas redes sociais, Pinna agradeceu o convite e prometeu retribuir. "Obrigado pela confiança, querida Porto da Pedra!!!! Tenho certeza que juntos faremos um lindo carnaval!! Já sinto um misto de alegria, ansiedade, gratidão e vontade de ser feliz. E é isso que importa. “Vambora” ser feliz?! Contem comigo!!!!!", escreveu o coreógrafo, que também é o responsável pela comissão de frente da escola de samba niteroiense Unidos da Região Oceânica. 

Tradição atualiza suas redes sociais e lança site

quinta-feira, 2 de abril de 2020
A Tradição, campeã da Série B do Carnaval 2020 pela Liga Livres, acaba de anunciar seu site com informações, vídeos dos desfiles e fotos da agremiação, desde a sua fundação em 1º de outubro de 1984. 

O site (www.grestradicao.com.br) foi desenvolvido por Samuel Gasman, integrante da comissão de carnaval da escola. Ele também disponibilizou os vídeos dos carnavais da escola em sua página no YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCb5g_7S26Z3zoY3qt4h82Tg).

Os componentes, segmentos, torcedores e a família azul e branco terão mais um canal de entretenimento, onde poderão curtir e assistir aos desfiles da agremiação, acompanhar as sinopse e os sambas-enredo. Além do site, as informações da escola poderão ser acompanhadas em suas redes sociais: Facebook (@grestradicao), Instagram (gres_tradicao), Twitter (@gres_tradicao) e YouTube (TradiçãoGRES).

Valci Pelé assume a comissão de frente da Unidos da Ponte para o carnaval 2021

quinta-feira, 2 de abril de 2020
Apostando em seus segmentos, a Unidos da Ponte anunciou a chegada de Valci Pelé, como coreógrafo da comissão de frente da escola, para o Carnaval 2021. Com uma bagagem de sucesso no mundo do samba, o artista chega para somar na Azul e Branco de São João de Meriti.

No Carnaval desde 1987, Valci desfilou pela primeira vez como passista. Logo em seguida virou coordenador de alas na Caprichosos de Pilares e na Portela, onde ficou por mais de 20 anos, também sendo bailarino da comissão. Foi coreógrafo da Filhos da Águia, escola mirim da Portela, durante dois anos. Atualmente é coordenador da ala de passistas da Unidos do Viradouro. "Estou imensamente feliz e honrado pela oportunidade que me foi dada. Pretendo exercer com excelência e dedicação esse trabalho, para que todos juntos consigamos atingir nosso objetivo", revelou o coreógrafo

Valci em sua trajetória no samba fundou o Instituto de Cultura e Cidadania Primeiro Passo, que insere a cultura do samba e do Carnaval no cotidiano de crianças, além do livro infantil "Passos dos Sonhos", que aborda temas como cidadania, meio ambiente,etc.

Daniel Colette é o novo intérprete

A Azul e Branco de São João de Meriti já tem uma nova voz para o Carnaval 2021. O intérprete Daniel Colette assume o cargo, liderando o carro de som da agremiação para o próximo desfile, na Marquês de Sapucaí

Como voz oficial, Daniel tem passagens pela Mocidade Alegre, X9 Paulistana, Dragões da Real, Leandro de Itaquera e Pérola Negra. Sua última atuação no Carnaval do Rio foi em 2019, pela Unidos de Bangu. "Me sinto lisonjeado em estar no solo sagrado da Unidos da Ponte. Eu que fui criado na Beija-flor, do ladinho, sempre acompanhei essa escola com esses sambas memoráveis. Estou muito feliz com a oportunidade, irei me doar para fazermos um grande Carnaval e levar a agremiação para as cabeças", revelou Daniel

O cantor é nascido e criado no Rio de Janeiro. Já foi passista mirim da Beija-flor e diretor de Bateria com Mestre Odilon. Dirigiu os ritmistas da X9 Paulistana, Grande Rio e Inocentes de Belford Roxo, onde foi mestre.

Valci Pelé e Daniel Collete se juntam ao Mestre de bateria Vitinho, aos carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques, ao trio de direção de Carnaval, formado por Burunga, Mauro Tito e Wallace Oliveira, além da dupla de harmonia Júlio César Caju e Cátia Cristina, formando assim o time, quase completo, da Unidos da Ponte para 2021.

Colunista da Cadência elege os melhores sambas do decênio

quinta-feira, 2 de abril de 2020
Na onda das enquetes sobre os melhores sambas da década, nosso colunista, André Gustavo, fez uma análise das obras musicais que desfilaram pela Sapucaí nos últimos dez carnavais, sem a pretensão de escolher o melhor, mas apontar os melhores, ano a ano, com critérios distintos das tradicionais votações populares.

Samba da Grande Rio de 2020 está na lista (foto: Dhavid Normando | Riotur)

Opinando com humildade - Os melhores sambas do decênio 2011-2020
por André Gustavo

No início de fevereiro a página virtual do jornal O Globo anunciou a vitória do samba de 2012 da Portela numa eleição popular entre 10 sambas apontados por um júri de especialistas formados pelo mesmo time do Estandarte de Ouro, como os melhores da década. Nada contra! O samba é belíssimo sim, é um dos grandes do período, sem dúvida alguma, foi uma novidade na época em termos estéticos e estruturais, ousando sair do esquema consagrado de duas partes intermediárias por um refrão principal e outro central. Não foi suficiente para levar a escola ao título, mas fez bonito entre os bambas no período pré carnavalesco, além de ter sacudido a Sapucaí com sua levada de bloco afro baiano. Tudo a ver uma vez que o enredo remetia a Bahia, falando de uma viagem da Águia a capital Salvador, conduzida pela guerreira baluarte Clara Nunes. Até aí tudo bem. O problema reside no fato do grupo Globo, sei lá por que cargas d'água cismar que a década fechadinha vai de 2010 a 2019, quando na verdade, sendo matematicamente correto, um decênio redondo vai do ano terminado em 1 até o próximo ano terminado em zero. Ou seja a chamada década de 10 do século XXI vai do ano 2011 à 2020.

Portanto, contrariando o modelo de contagem do tempo do Globo, em favor da maneira ortodoxa de fazê-lo, e aplicando meu gosto pessoal, que diverge em parte dos especialistas do referido órgão de imprensa, decidi escolher os melhores sambas dessa década de 16 escolas que desfilaram ao longo da mesma no Grupo Especial, sem a pretensão de escolher o melhor dentre todos individualmente. Após partilhar com leitores e leitoras da Cadência da Bateria a lista com minhas preferências, procuro explicar, ao menos em parte, os porquês e os critérios a respeito dos sambas escolhidos e das Escolas que figuram na mesma. Segue a relação:

Salgueiro 2016

Mangueira 2019

Portela 2020

Beija Flor 2017

Tuiuti 2018

Grande Rio 2020

Unidos da Tijuca 2019

Mocidade 2017

Vila Isabel 2013

São Clemente 2015

União da Ilha 2017

Imperatriz 2015

Estácio 2015

Império 2015

Viradouro 2016

Império da Tijuca 2014

Obs: Como critério peguei as escolas que desfilaram mais de uma vez no especial na última década. Exceção: Império da Tijuca pela injustiça que sofreu em 2014 ao passar pelo especial. Por isso fiz questão de incluir. Tanto como menção honrosa, quanto pelo samba deste ano ser lindíssimo eco mais bonito da década na minha opinião, mas também para completar 16 escolas, número que considero ideal para o desfile do Especial.

Ressalva: Embora tenha escolhido o samba de 2016 do Salgueiro, a letra original, sem as mudanças feitas pela diretoria eram não só mais adequadas ao enredo como deixava o samba mais bonito e significativo.

Ressalva 2: o samba da Vila de 2013 não apenas é o mais bonito da escola como um dos mais belos dessa década. Mas em 2017, enredo O Som da Cor, o samba não escolhido de autoria de André Diniz e Bocão, era ainda mais bonito do que este.

Ressalva 3: Algumas escolas que me deixaram em dúvida o os respectivos anos que me balançaram:

Imperatriz 2016 ( tenho certa vergonha mas confesso que gosto) e 2017 (Xingu). Mas Axé Nkenda é superior aos outros dois sim.

Império Serrano: 2016 e 2017

Estácio 2016 (essa realmente a dúvidas a permanece. Se pudesse escolheria os dois. Até porque a queda da Estácio em 2016 foi tão 8njusta quanto da do Império da Tijuca em 2014)

São Clemente 2014 (curto muito o samba da Favela dessa ano, a mas acho a homenagem a Pamplona levemente superior)

Império da Tijuca: Tudo bem! Batuk é um samba maravilhoso. Teve o lance dacinjustica que a escola sofreu que eu já citei. Mas tem um samba que balança muito meu coração e não posso deixar de reverenciar: 2015 Oxum - O Império das Águas Doces.

Farei referencia a alguns dos melhores sambas de 2011 e 2012 uma vez que não escolhi sambas desses anos entre os melhores.

2011:

- Salgueiro (O Rio no Cinema)

Sambaço embora tenha pelo menos uns três superiores na década.

- Ilha (Darwin)

Para mim o segundo melhor samba insulano dos últimos dez anos.

-Portela (Mar azul)

Salvo engano, primeira Vitória de Luiz Carlos Máximo na escola.

- Mangueira (Filho Fiel - Nelson Cavaquinho)

Uma bela ode a um baluarte da escola. Raríssimo a Manga fazer homenagem aos de casa.

2012:

- Vila Isabel (samba de Angola)

Para mim o segundo melhor do período.

- Portela (Clara Nunes leva a Portela a Bahia - É feito uma festa um ritual)

Recém escolhido por um júri misto popular/especializado o melhor samba do decênio 2010-2019, por ter iniciado um processo de mudança estética na estrutura dos sambas enredo. Polêmicas a parte, é um samba lindíssimo que, a meu ver, merece sempre ser citado ao se falar dos melhores desse período.

- Mangueira (Cacique de Ramos)

Entre 2011 e 2020 há, pelo menos, três sambas melhores que esse entre os hinos da Verde e Rosa. Nem fora o mais popular na disputa. Mas foi um dos melhores do ano ainda que inferior ao das outras duas escolas citadas.

Bom, essa é apenas a minha opinião como bamba e pesquisador de Sambas Enredo. Fiquem a vontade para opinar, concordando, discordando e, caso considerem apropriado, apresentando sua própria listagem. Divergindo ou não das minhas escolhas, terei a honra de lê-la deslumbrado.
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é professor, pesquisador e apaixonado por samba e carnaval, a despeito de tudo!
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