O Acadêmicos do Cubango lançou em suas redes sociais uma pesquisa para que seus seguidores participassem com sugestões de enredo do Carnaval 2021. A postagem com título "O que vocês gostariam que a Cubango levasse à avenida no próximo carnaval?", logo recebeu dezenas de sugestões, a maioria, claro, pedindo temas afros, conforme a tradição da verde e branco niteroiense.
Entre tantas sugestões, havia homenagens a celebridades, algumas sobre personalidades negras da história, projetos culturais, e também muitos pedidos de reedições, entre elas 'Porque Oxalá usa o Ekodidé' de 1984, último título da escola em Niterói, 'Ave Bahia cheia de graça', de 1888, quarto lugar no Grupo 3 do carnaval carioca, 'Rosinha minha canoa', de 1976, e 'Madrugada', de 1978, ambos do período do pentacampeonato histórico. E e claro, o famoso "Fruto do amor proibido", do Carnaval de 1981 que não deu o título à escola, mas sem dúvida, é um dos hinos mais famosos da Academia da Noronha Torrezão, dividindo a preferência da nação cubanguense, com o 'pé quente' "Afoxé", pentacampeão em 1979 e campeão do Grupo B Carioca em 2009, que garantiu a presença da verde e branco até hoje na Série A.
O "Fruto", de fato, seria uma ótima opção para o atual cenário, diante de tantas incertezas sobre a realização dos desfiles do próximo ano impactado pela pandemia do Covid-19. O samba, dos compositores Heraldo Faria e Flavinho Machado, já é bastante popular na escola, muito conhecido dos sambistas, de um tema muito rico, sobre a história de Logun, gerado de um romance entre Oxum e Oxossi, que segundo a mitologia africana, tinha características masculinas e femininas.
Mesmo diante de toda a riqueza cultural e musical que o "Fruto" poderia proporcionar, desta vez na Marquês de Sapucaí, e que motivaria um processo mais enxuto para a preparação do próximo carnaval, devido as dificuldade que o momento impõe, e das limitações para uma disputa de samba, ainda assim, o Acadêmicos do Cubango poderia investir numa disputa virtual, como a que a Unidos de Padre Miguel, vem realizando, com muito sucesso e grande repercussão, através de seu canal no Youtube. Processo que deve ser adotado por outras agremiações.
A Cubango tem escolhido bons sambas inéditos nos últimos anos, que renderam inclusive muitas premiações às obras e reconhecimento à escola. A opção por uma reedição, mesmo de uma samba consagrado, conhecido e de certa forma inédito na Marquês de Sapucaí, tiraria a oportunidade de conhecermos uma nova obra que valorizasse ainda mais a galeria musical da Academia famosa de Niterói. Quem sabe não surgiria um novo "fruto"? Ou outro "afoxé"? Quem sabe uma nova "madrugada", ou outros "ekodidés", "igbás", "rosinhas", "mercedes", "ave bahias"? Talvez outros "exuberantes paraísos", "deuses no Brasil de fé", ou "reis que bordaram o mundo?"
Quem sabe Cubango?
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