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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Equilíbrio marcou os desfiles das Escolas de Samba em 2025

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Foram 23 desfiles divididos em quatro grupos de disputa. Na sexta-feira, 21 de fevereiro, se apresentaram as escolas dos Grupos B e C, no sábado, 22, as agremiações do Grupo A, a elite do carnaval da cidade, e ainda três agremiações do Grupo de Avaliação. 

(Foto área: Paulo Lima/Ascom-PMN)

Segundo estimativa da Prefeitura de Niterói a passarela recebeu mais de 60 mil pessoas nos dois dias de desfiles. A estrutura oferecida tem melhorado ano a ano, inclusive com mais conforto para o público. Prova disso que as arquibancadas se mantiveram cheias até a última escola, mesmo com o dia já clareando como aconteceu na sexta-feira. A grande novidade deste desse Carnaval 2025 foi a utilização de iluminação cênica que valorizou ainda mais as apresentação das escolas.

Para o presidente da Neltur, (Niterói Empresa de Lazer e Turismo), André Bento, responsável pela organização da festa, o Carnaval de Niterói tem se consolidado como um evento de alto nível, conquistando o coração tanto dos moradores quanto dos visitantes, mostrando que a cidade está pronta para ser um dos grandes polos de carnaval do Rio de Janeiro. "Niterói está se destacando no cenário do Carnaval carioca, e a cada ano conseguimos oferecer um evento mais estruturado e animado", destacou o presidente da Neltur.

As escolas de samba também têm contribuído para o brilho da festa levando para a passarela desfiles cada vez mais qualificados, fazendo com que as disputas fiquem cada vez mais equilibradas.

No Grupo A só uma certeza. Foi um grande desfile.

(fotos: Luiz Eugenio / Na Cadência da Bateria)

Primeira escola a desfilar, a estreante do Grupo A, Império de Charitas desmistificou a velha lenda do carnaval de quem abre o desfile faz um desfile frio. A amarelo e branca tratou de esquentar a passarela. E conseguiu. Com um enredo em homenagem à padroeira da escola, personificada pelo sincretismo, nas figuras de Nossa Senhora Aparecida e Oxum, Charitas fez um desfile luxuoso e empolgante. Chegou para ficar.

Com mais tempo de Grupo A e já com dois títulos na elite, se apresentou a Alegria da Zona Norte. Antes do carnaval a escola da Bernardino prometia um enredo cheio de emoções. E de fato foi. O autismo, tema importante e necessário, chegou ao carnaval trazido pela Alegria com muito carinho. Um desfile leve, colorido. 

A Alegria tem como característica a preocupação com os quesitos o que sempre a coloca entre as favoritas.

Terceira escola da noite, o Império de Araribóia retornou ao grupo principal no ano passado, mas neste ano parece que almeja muito mais que se manter no grupo. Com um enredo sobre Luiz Gonzaga, o Rei do baião, os sambistas da São Lourenço transformaram o Caminho Niemeyer numa verdadeira festa na roça. O intérprete Alfredinho Cintra e a bateria Cocar de Ouro promoveram um grande arraia, levantando o público no último setor da passarela.

A expectativa crescia nas arquibancadas para a passagem da quarta escola de samba da noite, a Magnólia Brasil, principalmente no primeiro setor onde uma grande faixa da escola foi estendida. Sua torcida vibrou muito quando o locutor anunciou a entrada da Magnólia, impactante devido ao volume do abre-alas e das primeiras fantasias. O tema foi sobre a cerveja e o samba de Roberto Ribeiro gravado para a disputa do Carnaval de 1985 no Império para o enredo Samba Suor e Cerveja. No último setor da passarela a escola precisou dar uma acelerada para cumprir o tempo, de toda forma a Magnólia cada vez mais se consolida como uma das grandes do Carnaval de Niterói.

Quinta escola a desfilar, a Unidos da Região Oceânica levou para a avenida um tema sobre o universo lunar, mas teve problemas nos figurinos de algumas alas com componentes desfilando descalços ou com calçados destoando das fantasias.

A sempre aguardada Folia do Viradouro, cinco vezes campeã do carnaval, foi a sexta escola da noite. A escola apresentou um carnaval grandioso e luxuoso como de costume, mas um de seus carros teve muita dificuldade para passar na primeira curva, precisando de várias manobras para seguir na passarela. O samba dos compositores Robson Ramos, Gegê Fernandes, Niu Souza, Vinícius Xavier e Anderson Lemos aconteceu na avenida, cantado a plenos pulmões pelos componentes de Santa Rosa. As encantarias da Folia renderam um dos melhores desfiles da noite. Forte candidata ao título.

A seguir desfilou mais uma escola de Santa Rosa. A tradicional Souza Soares parece estar revivendo seus melhores momentos no Carnaval de Niterói, quando conquistou o título em 1989. Foi um desfile animado e empolgante sobre a lenda da Pedra de Itapuca, um dos cartões postais mais famosos de Niterói.



Encerrando as apresentações do Grupo A desfilou a atual campeã do carnaval, a Experimenta da Ilha. Com um tema sobre Dandara, mulher do líder de Palmares, Zumbi, a escola da Ilha da Conceição não repetiu o desfile perfeito de 2024. Talvez impactada pelo incêndio que atingiu seu barracão a poucos dias do carnaval, destruindo uma de suas alegorias e muitos materiais. Destaque para a bateria de Mestre Mateus Pestana. 


No Grupo B disputa vai ser entre Banda Batistão e Sabiá

Os desfiles do Grupo B, realizados na sexta-feira, 21 de fevereiro, também foram muito equilibrados, mas a Banda Batistão do Barreto e a Sabia, da Vila Ipiranga se destacaram.

Abrindo os desfiles oficiais do Carnaval de Niterói em 2025,  a Tá Rindo Porquê, recém promovida do Grupo C, levou para a avenida o enredo Obá Siré Obá, Orixá Guerreira, Yabá da Nação Yorubá, apresentado um bom conjunto de fantasias e um desfile coeso, impulsionado pelo bom samba interpretado pelo sempre competente Tatalho. A escola presidida por Luciano Deodato chegou para ficar no Grupo B.

A Mocidade Independente de Icaraí, foi a segunda escola da noite, mas infelizmente não fez uma boa apresentação. Apesar do bom samba e da garra dos sambistas do Cavalão, a escola teve muitos problemas com fantasias. Várias alas desfilaram com figurinos incompletos o que certamente prejudicará a agremiação cinco vezes campeã do carnaval na pontuação e classificação final.

A seguir foi a vez da Banda Batistão. A escola do Barreto fez mais um bom desfile no Caminho Niemeyer provando que está pronta para uma vaga entre as escolas da elite. O enredo em homenagem a Tata Tancredo, sambista e umbandista, proporcionou uma apresentação consistente, principalmente nos requisitos plásticos. É candidata ao título.

Quarta escola a desfilar, a Paraíso da Bonfim fez sem dúvida o desfile mais emocionante da noite. A perda de seu presidente, Willian Neves, há um mês do carnaval, fez com que alguns de seus componentes desfilassem chorando, outros, se valendo do enredo que levaram para a avenida em homenagem à guerreira Zeferina, lutaram com garra. Do discurso do diretor de carnaval Vini Lemos, antes da entrada da escola na pista, até o último componente a cruzar o pórtico de chegada, todos levavam William em seus corações. Para quem o conhecia bem, de fato foi difícil conter a emoção. Salve Willian, salve a Bonfim.

A águia do Caramujo, o Combinado do Amor, mas antiga escola de samba de Niterói, foi a quinta agremiação a desfilar. Na expectativa pela volta à elite, a escola apostou no enredo "O florescer da vida no jardim da criação". Destaques para o samba, para a bateria e para sempre elegante Velha Guarda.

Apostando mais uma vez em personagens de relevância social, a Garra de Ouro levou para a avenida a história do comunicador Zé do Caroço, o líder do Pau da Bandeira, um dos melhores enredos do Grupo. Com fantasias de fácil leitura e entendimento, como os autofalantes da comissão de frente, a escola pode obter boa classificação. Destaque para a alegoria representando os projetos sociais que a Garra desenvolve em sua comunidade.

Rebaixada no ano passado a Sabiá, sétima escola a se apresentar, provou que o Grupo B não é o seu lugar. Reeditando o enredo de 2015, um dos preferidos dos sambistas da Vila Ipiranga, a escola mostrou para o público um desfile grandioso com fantasias e alegorias de bom acabamento. Destaques para a comissão de frente, a bateria de Mestre Felipe e para o carro de som comandado por Niu Souza. Cintya Santos, hoje porta bandeira da Estação Primeira de Mangueira, que durante tanto tempo rodou com o pavilhão da Sabiá, marcou presença no desfile da sua escola de coração.

Encerrando os desfiles do Grupo B se apresentou a Unidos do Sacramento com o enredo sobre a filha do Rei do Congo trazida ao Brasil em 1597, uma das lideranças do primeiro núcleo do que seria o Quilombo dos Palmares. A escola fez um bom desfile explorando as cores do seu pavilhão e fantasias de luxo que é sua característica, mas um dos carros alegóricos teve dificuldade de fazer a última curva da avenida, abrindo um espaço para a ala que estava à frente, justamente onde fica uma cabine de jurados.

No Grupo C, Balanço é favorita

As quatro escolas de samba do Grupo B encerraram a primeira noite de desfiles no Caminho Niemeyer, logo após a apresentação das escolas do Grupo B. Todas as escolas se apresentaram dignamente e a classificação vai ser decida ponto a ponto.

A primeira foi o Bem Amado, tradicional escola de samba de São Francisco, depois foi a vez do Cacique da São José, do Fonseca. Destaque para a comissão de frente formada por pessoas com deficiência, que arrancou muitos aplausos das arquibancadas.

Também do Fonseca desfilou o Balanço. Com um o maior contingente entre as escolas do Grupo C, e com fantasias bem elaboradas, a escola pode sonhar com seu retorno ao Grupo B.

E a última escola, já com dia claro, desfilou o Galo de Ouro, de São Gonçalo, com um enredo sobre o Egito.

Na Avaliação, Acadêmicos do Data Vênia Doutor fez a melhor apresentação.

Na noite de sábado, logo após as apresentações do Grupo A, desfilaram as três escolas postulantes a uma vaga no Grupo C em 2026.

A primeira foi a caçulinha de Niterói, fundada em 2024, Acadêmicos da  Ponta da Areia apresentou o enredo afro desenvolvido pelo renomado carnavalesco Jaime Cezário. A escola apresentou duas grandes alegorias com Nego comandando o carro de som.

Depois foi a vez de matar a saudade com o retorno do Bugres do Cubango, tradicional bloco da cidade que agora pleiteia uma vaga entre as escolas de samba. Foi um desfile simples mas emocionante. É o Cubango de volta à passarela niteroiense.

Encerrando os desfiles da avaliação e o Carnaval de Niterói, se apresentou o Acadêmicos do Data Vênia Doutor agremiação criada por advogados da cidade que tem como presidente Dr. Paulo Bóia. A escola fez uma apresentação bem organizada e deve ser aprovada para desfilar no Grupo C em 2026.

Prefeito destaca a importância dos desfiles para a cidade

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, destacou a importância da organização do evento e a evolução do carnaval da cidade a cada edição. "Nós investimos na saúde, contratamos mais médicos, avançamos na educação e na segurança pública. E vamos investir também na cultura. O Carnaval, além de ser uma tradição, fortalece a indústria criativa, gera emprego e renda e movimenta a economia da nossa cidade. Esse é um carnaval de muito brilho, muito ritmo, muita alegria e organização. Estamos cada vez mais prontos para entregar uma estrutura de qualidade para o nosso povo e para quem visita Niterói. A cada ano, a cidade se supera, e temos certeza de que Niterói está no caminho certo, fazendo um dos melhores carnavais do Brasil”, afirmou o prefeito.

A apuração das notas será na terça-feira, dia 25, às 17h no Praia Clube São Francisco (Estrada Fróes 700, São Francisco - Niterói - RJ)

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