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quarta-feira, 2 de abril de 2025

Campeã Folia do Viradouro sai na frente e anuncia enredo para 2026

02 de abril de 2025

Pouco mais de um mês depois de faturar seu sexto título no Carnaval de Niterói, a Folia do Viradouro já definiu seu tema para o próximo desfile. É a primeira escola de samba da cidade a divulgar seu enredo, o título é: "Ao país e ao respeitável público: Dom Obá voltou".

Confira a sinopse do enredo:

Em meio à agitação do Brasil contemporâneo, um menino nasce na comunidade do CPX Viradouro, em Niterói. Seu nome: Obá Santa Rosa. Desde cedo, sua presença inspira respeito. Há nele um brilho antigo, um silêncio que carrega séculos. Os mais velhos sussurram: ele já caminhou por estas terras antes. Na infância, sua vida pulsa entre as vielas do morro e os campos de futebol improvisados. Dribla entre pernas e barrancos, aprende que o jogo é arte e resistência. Mas, enquanto joga, também escuta. Os mais velhos contam sobre reis e guerreiros de terras distantes, sobre orixás que dançam no vento e protegem os seus. Cada história ecoa dentro dele como se já a conhecesse. Mas a infância de um menino negro na favela não é apenas feita de sonhos. Desde cedo, Obá aprende que sua cor é um alvo. A polícia sobe o morro semeando o medo, os olhares de desconfiança o perseguem nas ruas, nos mercados, nos corredores da escola. Ele vê amigos serem abordados, revistados, humilhados sem razão. Entende, ainda menino, que para o mundo, sua pele é um crime antes mesmo de qualquer ação. A sociedade o vê e sentencia: preto é suspeito, preto é bandido. 

Aos treze anos, a roda da vida o conduz ao seu verdadeiro chão: um terreiro de candomblé. Ali, entre rezas, atabaques e oferendas, sente a força ancestral que sempre o acompanhou. Seu batismo é um renascimento. Seu nome ecoa entre os tambores. Obá pertence à terra e ao espírito. Na adolescência, torna-se militante. Participa de protestos, debates e encontros culturais. Nas ruas, descobre sua voz. Nas redes sociais, espalha palavras afiadas como lâmina. Fala de igualdade, de resgate, de justiça. Cada discurso é um tambor que desperta os adormecidos. Aos dezesseis anos, o destino se revela: Ele voltou! O Rei de Oyó renasceu! brada um ancião, tomado pelo transe dos orixás.

O anúncio ecoa como trovão. Jornalistas, historiadores e líderes comunitários se voltam para ele. Seu nome corre como rio, atravessando favelas e palácios, becos e avenidas. Obá ergue pontes onde ergueram muros. Funda a Casa de Oyó, um santuário de cultura e aprendizado. Sua liderança acende chamas nos corações da juventude negra. Ele inspira e transforma. Mas reis incomodam impérios. E há impérios que se sustentam sobre alicerces de medo e ignorância, templos erguidos sobre a intolerância, onde sacerdotes do ódio pregam a falsa pureza e clamam pela ordem que oprime. Os donos da casa grande se inquietam, temendo que as senzalas falem alto demais. Eles se armam contra ele, espalham sombras sobre sua luz. Mentiras o cercam, mas ele segue adiante, guiado pelo espírito de Dom Obá II d’África. Sua luta não é só sua: é a continuidade de mil batalhas, a voz de milhões. Com o tempo, o mundo escuta seu chamado. Ele pisa na ONU como quem pisa na terra dos ancestrais. Discursa, transforma, planta revoluções em solo fértil. O Brasil desperta. Leis mudam, escolas resgatam histórias soterradas, consciências florescem. Então, o dia chega. O morro antes esquecido agora resplandece. As ruas vibram em cor e esperança. As vielas ecoam risadas de crianças livres. O povo preto se liberta das correntes invisíveis que o aprisionaram por séculos. A cultura floresce, o conhecimento se espalha, e a dignidade é restaurada. Obá caminha entre seu povo, vendo o sonho tomar forma. Ele sorri. Não reina sobre territórios, mas sobre corações e mentes. A profecia se cumpriu: o Rei de Oyó voltou, não para possuir, mas para libertar.  A sétima estrela vem com Obá!

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