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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Amigos da Furacão Vermelho e Branco se encontram neste sábado

Os amigos da Furacão Vermelho e Branco, como é conhecida a Bateria da Unidos do Viradouro, voltam a se encontrar neste sábado, 7 de maio, na Ponta da Areia, em Niterói. Mestre Bocão, um dos idealizadores do encontro conta como surgiu a ideia. "Depois de uma conversa com Edson Menezes na Marquês de Sapucaí, pensamos em rever os amigos afastados durante tanto tempo. Contatamos outros amigos da antiga pela internet e marcamos o 1º encontro. Começamos com 6 pessoas e hoje somos em torno 60", conta Mestre Bocão.

No primeiro encontro rolou uma churrascada com 600 latas de cerveja. Para a reunião deste sábado a promessa é de mais churrasco e cerveja. "Alguns baluartes da vermelho e branco já confirmaram presença, entre eles Lambreta, Jorge Baiano e Yara Matias, e ainda dois amigos, mestres de bateria ilustres, também estarão na festa", prometeu Bocão.

Além do bate-papo regado a churrasco e cerveja, certamente os sambistas da Furacão lembrarão os sambas que marcaram a trajetória vitoriosa da Unidos do Viradouro em Niterói e no Rio.

É neste sábado, 7 de maio, a partir das 13 horas no cais da Ponta da Areia, próximo ao ponto final do ônibus 31.

Vai perder essa?


quarta-feira, 4 de maio de 2016

A História Social da Mangueira

A Mangueira completou 88 anos e nosso colunista Professor Mariano não deixou a data passar em branco. 
Em verde e rosa, o Professor enalteceu a contribuição social que a escola deu ao povo carioca. Confira:

A História Social da Mangueira
por Professor Mariano

    No dia 28 de abril a querida escola de samba Estação Primeira de Mangueira completou 88 anos. Não vou aqui nesta coluna, falar dos grandes sambas da Mangueira, dos seus baluartes que contribuíram para a construção da raiz da nossa música popular, da sua inconfundível bateria sem surdo de resposta e de suas conquistas. Pois isso já foi amplamente mostrado por vários artistas e intelectuais. Mas quero nas próximas linhas fazer um resumo da história social desta escola, que se confunde com a própria história do povo negro marginalizado da cidade do Rio de Janeiro.
    “A Mangueira não fica na África, mas no Rio de Janeiro”, foi o que declarou o jornalista Jofre Rodrigues do alto do morro da Mangueira, em dezembro de 1932, encantado com uma das primeiras apresentações que a principal escola de samba do lugar fazia para gente de fora do morro. Este espanto do Jornalista revela o abismo social que existia entre os moradores dos morros cariocas nas primeiras décadas do século XX e o restante da sociedade. Quando Jofre Rodrigues afirmou que a Mangueira não ficava na África, significa que não é na África que devemos buscar as origens e a originalidade do samba, mas nos morros do Rio de Janeiro tão discriminado por um projeto elitista de cidade inspirado no modelo francês.
      A Mangueira escola de samba que esta semana vai ter o verde e rosa cobrindo um dos maiores símbolos da cidade e do Brasil, o Cristo Redentor, nas comemorações dos seu 88 anos. Teve no germe da sua história a luta social pela moradia. A Mangueira se constituiu em terrenos de uma das encostas do morro dos Telégrafos, pertencentes a Alberto Negreiros Saião Lobão, o Visconde de Niterói, e que foram arrendados pelo português Tomás Martins, padrinho de Carlos Cachaça. Carlos Cachaça que ao lado de Cartola seria um dos maiores baluartes da escola, foi antes de tudo um agente social importantíssimo para a conquista do morro da mangueira como local de moradia daqueles que foram esquecidos pelo projeto burguês de República. Isto porque, era Cachaça que dava os recibos dos barracos alugados, devido ao analfabetismo de seu padrinho. Tomás Martins era um pequeno empreendedor que levou emprego e moradia para os moradores do morro da Mangueira. Tal iniciativa foi seguida por outros empreendedores gerando um pequeno lote industrial na região da Mangueira e São Cristóvão. Aumentando assim, a imigração de pessoas para o morro da Mangueira.
      Em 1917, quando faleceu Tomás Martins, o processo de ocupação daquelas terras começou a ser dominado pelas invasões, até então impedidas por seu arrendatário. No início dos anos 40 houve um novo pico de crescimento, incentivado pela tentativa de “fechamento da zona de prostituição do mangue” e pela demolição de moradias populares no centro promovida pela abertura da Avenida Presidente Vargas. Tal fenômeno social fez explodir a luta por moradia na comunidade da Mangueira e transformar a região numa zona de conflito social e violência.
     Carlos Cachaça contou em depoimentos que o contrato de arrendamento entre Tomás Martins e o Visconde de Niterói previa que “no falecimento de uma das partes, ele ou Visconde, tomaria conta novamente”. Este documento foi usado por herdeiros do Visconde de Niterói para tentar expulsar os favelados que já moravam na comunidade. Mas a justiça negou tal pedido. Mas os conservadores e elitistas ainda tentaram exterminar com a sociedade da Mangueira em 1964, quando a Escola de samba já tinha levado o nome do morro para fora do Brasil através dos seus belos sambas e desfiles. Se aproveitando da ditadura militar recém-inaugurada e do endurecimento da política de remoção das favelas promovida por Carlos Lacerda então governador da Guanabara, “um português conhecido no morro por Sr. Pinheiro” ameaçou desalojar os mangueirenses novamente.
      Toda esta luta dos moradores da Mangueira por moradia foi determinante para o surgimento desta fantástica e tradicional escola de samba do carnaval carioca. Cartola ícone da Estação Primeira chegou ao morro da Mangueira trazido pela onda de despejos que assolava as famílias dos operários na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX. Pouco depois, em 1919, após a morte de seu avô, Cartola e sua família tiveram que sair da Rua das Laranjeiras, 258 – de uma casa da vila operária da Fábrica de Tecidos Aliança, onde moravam desde 1916 e assim foram se alojar num barraco no morro da Mangueira. Seu pai carpinteiro não tinha condições de sozinho manter a família em Laranjeiras; porém, o avô podia, pois cozinhava para a família de Nilo Peçanha, político importante da antiga República.
      Construído todo esse quadro social de habitação do morro da Mangueira, no final da década de 20 um grande fermento cultural começa atingir o morro e faz com isso, surgir à escola de samba Mangueira. 
      Em 1927 um grupo de jovens rebeldes entediados com os blocos mais “família” que predominavam na folia da favela. Cria o bloco dos Arengueiros que ficou conhecido por seu desempenho mais burlesco e violento na hora de brincar o carnaval. Mas foi desse núcleo carnavalesco, que nasceu o que hoje reverenciamos como Mangueira. Fazia parte desta agremiação uma boa parte de integrantes, que fundariam a Mangueira em 1928.
     Mais que confusão e briga, os Arengueiros sabiam mandar bem no samba e eram os melhores do morro. Assim, acompanhando o movimento que se desenvolvia em outras favelas da cidade, não demorou muito para que abandonassem aquele negócio de briga e partisse para fazer uma escola de samba onde toda uma cultura negra e operária faria parte de sua história.
     Este ano a Mangueira depois de um jejum, conseguiu ser novamente campeã do carnaval carioca com uma grande homenagem a cantora popular Maria Bethânia. Mas o grande legado que esta escola deixou até agora para a cultura nacional foi à construção de uma identidade cultural baseada na força de criação e inventividade dos seus moradores que desde a chegada ao morro dos Telégrafos, lutou não só pela sua sobrevivência, mas para manter viva a cultura dos seus ancestrais negros marginalizados por uma política racista da recém-criada República.

    Para encerrar esta coluna quero fazer uma singela homenagem a um dos mais ilustres mangueirenses, que tive a honra de compartilhar conhecimentos do mundo do samba. Falo de Mestre Comprido grande compositor já falecido e que é um dos autores do samba enredo Yes nós temos Braguinha, que deu o inédito supercampeonato a escola em 1984. Na minha passagem como comentarista da rádio Roquete Pinto no Programa Vai dar Samba, do jornalista Miro Ribeiro, tive o privilégio de aprender o que é ser mangueirense com esse grande baluarte e beber nos términos dos programas da rádio a inconfundível cachaça leite de onça, que ele sabia fazer como ninguém.
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PROFESSOR MARIANO

Historiador e pesquisador do carnaval, um dos fundadores do projeto Cadência da Bateria. 



Em suas colunas aborda o carnaval considerando os aspectos políticos e sociais e a importância dos desfiles para a construção da memória da cultura popular.
  
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