Chuva, problemas técnicos, arquibancadas vazias, contingentes
reduzidos, atrasos e falta de agremiações tiraram o brilho da festa. Às 18h em
ponto, o pequeno cortejo conduzido pela Corte da folia e organizadores do
evento, ao som de uma bandinha que tocava marchinhas, atravessou a passarela da
Conceição. Em frente ao palanque oficial, o Rei Momo, acompanhado da Rainha e
Princesa, recebeu as chaves da cidade das mãos do presidente da Neltur, Paulo
Freitas, representando o prefeito. Uma solenidade tímida, incompatível com a
grandeza do carnaval de Niterói.
Um dos destaques da noite, a bateria do Garra de Ouro, de verde e rosa, em homenagem ao mangueirense Heitor dos Prazeres
Dos três blocos de embalo previstos para desfilar, apenas o
BC Toca do Leiteiro, da Engenhoca, se apresentou. O Tufão e o Guerreiros de
Jorge, recém filiados à Uesbcn, não entraram na avenida. Os sambistas da
Engenhoca ainda desfilavam quando uma forte chuva caiu sobre a rua da
Conceição. Raios, trovoadas, e muito vento anunciavam uma noite nebulosa. As
escolas deste grupo, que já têm suas limitações, este ano agravada com o atraso
do pagamento das verbas públicas, tiveram seus problemas potencializados pela
chuva. A cada discurso dos presidentes das escolas, os lamentos pelas
dificuldades vividas durante o ano. Não só a chuva foi a vilã, reclamações sobre
o poder público foram comuns na concentração.
E ainda, a ordem de desfile divulgada durante todo o ano,
foi alterada momentos antes do desfile. A 'Amigos da Ciclovia', que seria a
terceira agremiação a desfilar, abriu a noite. As duas primeiras, União do
Maruí e Unidos do Barro Vermelho, encerraram a noite.
Segunda escola da noite, a Banda Batistão, homenageou o Rio
Grande do Sul sob intensa chuva. No meio do desfile da escola do Barreto,
ocorreu uma queda de energia e vários refletores da avenida se apagaram.
Na concentração, a Unidos do Castro tinha dificuldades para
se armar. Ao microfone, o presidente da
escola, Gil, lamentou a forte chuva que dificultou a chegada de muitos
componentes oriundos de São Gonçalo, onde a chuva fez muitos estragos.
Chuva atrapalhou mas não desanimou o Fora de Casa
Sem problemas com seus componentes já que sua comunidade fica
bem próxima à passarela do samba, o Fora de Casa não deu bola para a chuva. Sempre
alegres e irreverentes os sambistas do Bairro de Fátima, proporcionaram um bom desfile
com um tema reeditado sobre a Rua da Conceição.
Outra agremiação que atrasou foi o Bem Amado. Com
contingente reduzido, os sambista da Grota do Surucucu, apresentaram o enredo
'Muito prazer eu sou o chapéu'.
O pequeno número de componentes foi observado também nas
escolas Tá Rindo Porque e Grilo da Fonte, sexta e sétima agremiações da noite.
Antes do desfile do Grilo ocorreu um problema com os geradores que alimentavam
o sistema de som. Técnicos informaram que faltou óleo nos equipamentos. Mais
uma longa espera entre uma escola e outra. Técnicos responsáveis pela
iluminação também tiveram trabalho. As torres de sustentação dos refletores situadas
no setor de arquibancadas próxima à antiga prefeitura, tombaram e precisaram
ser reposicionadas. Por sorte, neste momento as arquibancadas já estavam
totalmente vazias.
Refletor apagado devido à falha de energia.
Logo depois a torre que sustentava o equipamento tombou
A primeira escola a desfilar sem chuva foi a Garra de Ouro.
Rebaixada no ano passado, a escola da Garganta do Viradouro se reestruturou,
formou um time qualificado, desenvolveu um bom enredo e se credenciou ao título
do grupo. O bom samba mais uma vez brilhantemente interpretado por Sid GBB, a
bateria, que ditou a cadência, e o tema que homenageou Heitor dos Prazeres
foram os destaques do desfile.
Logo depois se apresentou a mais antiga escola de samba de
Niterói. A Combinado do Amor mais uma vez fez um desfile emocionante. "Do
fogo ao amanhecer de um novo dia", lembrou a história do circo. Só o samba
de esquenta, interpretado pela experiente cantora Lena Alvez já valeu. "Não
adianta esse papo furado..."
Já passava das quatro da manhã quando o Unidos do Barro
Vermelho entrou na avenida com um tema afro. "Axé. Um ritual de louvação".
A União do Maruí encerrou o primeiro dia de desfile.
Muita coisa precisa melhorar no carnaval de Niterói se ainda
temos como objetivo voltar a ser o 2º melhor do Brasil.
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