Cris Alves brilhou no segundo dia de desfile na Rua da Conceição
Dessa vez a chuva deu uma trégua e a noite agradável
proporcionou bons desfiles. O público compareceu em bom número, prestigiando o
evento, mesmo com tão pouco conforto. É preciso repensar uma nova estrutura que
atenda ao público. A nota triste da noite foi o falecimento de um integrante da
bateria do Galo de Ouro. O ritmista
passou mal na saída do recuo da bateria, foi atendido no posto médico da
avenida, mas não resistiu.
Estreante no Grupo de Acesso, o Galo de Ouro abriu o desfile
às 20h em ponto. Com um enredo que narrava a importância da preservação da
natureza, a escola apresentou um início de desfile impactante, todo em preto,
representando a criação do universo. As fantasias que passaram a seguir deram
fácil leitura ao enredo. Porém o nervosismo habitual de uma abertura foi
percebido. Próximo ao recuo, algumas alas precisaram correr para suprir o
espaço deixado pela bateria. A exuberante Nathy Fernandes brilhou à frente da
bateria. A bela apresentação, foi interrompida pelo incidente com o ritmista.
"Eu estava muito feliz, evoluindo com ele, tocando cuíca quando caiu em
cima de mim. Muito triste", lamentou Nathy.
Com atraso, em consequência do fechamento da pista para
atendimento ao ritmista da Galo de Ouro, entrou na avenida o Unidos do Sacramento. Em seu discurso o
presidente da agremiação Almir Brandão lamentou a ausência de muitos componentes.
"O transtorno causado não foi pela nossa agremiação, tudo foi culpa dos
bandidos que colocaram fogo no Caramujo impedindo a passagem dos ônibus da
escola, mesmo assim vamos para dentro, a escola está bonita e viemos para
ganhar o carnaval", disse Almir ao microfone. De fato a escola gonçalense
estava bonita, mas poucos componentes cantavam o samba. Destaque para a bateria
de Mestre Barrão.
Terceira escola da noite, a maior vencedora da
revitalização, mas recém rebaixada, desfilou a Mocidade independente de Icaraí. Sempre aguerridos, os sambistas do
morro do Cavalão fizeram um desfile de muita garra. Com um enredo em homenagem
aos antigos carnavais foram lembradas as duas escolas mais antigas da cidade, a
Sabiá e a Combinado do Amor, e as representantes da cidade no Rio de Janeiro,
Cubango, Viradouro e Sossego.
A 'iluminada' Danúbia, rainha da bateria da Mocidade.
Nos quesitos plásticos as três primeiras
agremiações mantiveram o mesmo nível.
Num patamar acima, se apresentou a Souza Soares. Na quarta escola da noite sobraram destaques. A
começar pela homenageada, Cris Alves. Esbanjando carisma, a atual Rainha da
bateria do Cubango participou ativamente do desfile, interagindo com o público
acompanhada de seu tamborim. Nos quesitos plásticos a Souza também deu show com
fantasias e alegorias de bom acabamento. Enfim, um desfile pra ninguém botar
defeito. Grande favorita ao título.
Com a responsabilidade de desfilar após a melhor
apresentação da noite entrou na avenida o Balanço
do Fonseca. Com enredo sobre as danças, os sambistas do Santo Cristo levaram
vários ritmos para a avenida. Destaque para a batida funk da bateria de Mestre
Neguti.
Logo depois foi a vez da Independente do Boaçu. Como de costume a escola gonçalense
apresentou bom contingente e alegorias grandes. As fantasias deram boa leitura ao
enredo "Que país é este", que abordava as mazelas do cotidiano
brasileiro.
Sétima escola da noite o Bafo do Tigre teve um pequeno problema antes de iniciar seu
desfile. Intérpretes da escola e técnicos do som da avenida discutiram. Tudo
resolvido pela turma do 'deixa disso', os sambistas do Morro do Estado fizeram
aquilo que mais sabem: 'Samba'. O desfile apresentou enredo afro com destaque
para a comissão de frente e para o time de musas à frente da bateria.
O Experimenta da Ilha
da Conceição, oitava a desfilar, apresentou grande contingente. Animados, seus
componentes cantaram o samba com empolgação. O Experimenta fez uma viagem à
civilizações através do zodíaco. O conjunto de fantasias foi o ponto forte do
desfile.
A alegria do Experimenta
Já a União da Engenhoca encerrou o desfile
de segunda-feira com uma bela homenagem aos 60 anos de fundação da Mocidade Independente
de Padre Miguel. Vários integrantes da escola da Zona Oeste participaram do desfile
ao som de um dos melhores sambas da noite, interpretado por Diego Nicolau.
Altos e baixos
Talvez esse tenha sido o mais disputado carnaval do grupo de
acesso. Com exceção da Souza Soares, que fez um desfile arrebatador, as outras
oito escolas vão brigar pelas melhores classificações ou pelo rebaixamento.
Pelo que observamos, a maioria das escolas desse grupo ainda
precisa melhorar a qualidade das alegorias. O nível de acabamento dos carros
ainda é insuficiente para quem tem pretensão de chegar à elite do carnaval.
Ouro ponto que dever ser trabalhado pelas escolas é a
entrada no recuo da bateria. A maioria deixa abrir muito espaço para o restante
das alas.
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