Em abril de 2008 o blog “Na Cadência da Bateria” entrevistou o autor do marcante grito de guerra que dá título a esta matéria, o puxador de samba da Mangueira e Unidos da Tijuca, Fábio Crispiniano do Nascimento, ou simplesmente, Sobrinho, o puxador mais bonito do Brasil segundo declarou Roberto Carlos ao conhece-lo na Marquês de Sapucaí no carnaval de 1984, e que Sobrinho, com orgulho, faz questão de lembrar.
O cenário da entrevista foi a própria residência do cantor, uma humilde “kitinete” localizada numa bucólica travessa do bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro e que ele, bem-humorado, chama de Bangu I, devido ao corredor estreito que dá acesso ao seu apartamento no subsolo do prédio, separado por dois portões de ferro.
Dono de uma voz inconfundível e de uma simpatia singular, Sobrinho falou sobre sua carreira iniciada em 1975, sua vida particular, sobre os dias em que viveu na Mangueira e sua convivência com os grandes nomes da escola entre eles aquele que considera seu mestre no samba e na vida: Jamelão. Mostrou-se orgulhoso de ver seus dois filhos formados em universidades e da vontade de voltar a puxar um samba na avenida:
- “ainda tenho voz para puxar por mais 8 ou 10 anos”, disse.
Sobrinho lembrou com alegria dos tempos em que, já um puxador de renome no carnaval carioca, era considerado um dos mais folclóricos torcedores da geral do Maracanã. Não era difícil vê-lo durante os jogos do Flamengo dando voltas em torno da geral empunhando a bandeira do seu clube de coração, ou pulando no campo para abraçar os jogadores do time rubro-negro. Numa dessas “invasões’ quase se deu mal:
- “na final do campeonato brasileiro de 1983 contra o Santos invadi o campo depois do terceiro gol do Flamengo, já no final do jogo. Mas acabei tropeçando e caí. Cercado por policiais, gritei para o Júnior (que logo conheceu o amigo mangueirense): Pô Capacete, me tira dessa!
Entre uma história e outra, Sobrinho lembrava dos sambas que cantou na avenida, e ao final de cada “palhinha”, aplaudíamos o show particular, aplausos que vinham também de outros apartamentos do prédio:
- “meus vizinhos adoram quando eu canto”, diz Sobrinho sobre os dias em que ensaia para manter a voz.
Sobre o carnaval atual, Sobrinho comentou que a modernidade deve ser compreendida, que é necessário acompanhar a evolução, mas disse que é possível conter o andamento acelerado imposto aos sambas atualmente e condenou o número excessivo de puxadores de apoio a que ele chamou de quadrilha:
- “não uma quadrilha do mal, mas uma quadrilha de festa junina”, completou.
A entrevista que durou exatas quatro horas foi marcada pela emoção. Sobrinho lembrou do dia em que perdeu seu melhor amigo, o também puxador Ney Vianna da Mocidade e da paixão que tem pelo samba. No final, com a voz embargada, confessou que seu maior sonho é voltar ao carnaval defendendo as cores da escola que o projetou no mundo do samba:
“Devo muito a Mangueira, mas foi a Tijuca que me projetou no samba, sonho em um dia voltar à escola”.
O cenário da entrevista foi a própria residência do cantor, uma humilde “kitinete” localizada numa bucólica travessa do bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro e que ele, bem-humorado, chama de Bangu I, devido ao corredor estreito que dá acesso ao seu apartamento no subsolo do prédio, separado por dois portões de ferro.
Dono de uma voz inconfundível e de uma simpatia singular, Sobrinho falou sobre sua carreira iniciada em 1975, sua vida particular, sobre os dias em que viveu na Mangueira e sua convivência com os grandes nomes da escola entre eles aquele que considera seu mestre no samba e na vida: Jamelão. Mostrou-se orgulhoso de ver seus dois filhos formados em universidades e da vontade de voltar a puxar um samba na avenida:
- “ainda tenho voz para puxar por mais 8 ou 10 anos”, disse.
Sobrinho lembrou com alegria dos tempos em que, já um puxador de renome no carnaval carioca, era considerado um dos mais folclóricos torcedores da geral do Maracanã. Não era difícil vê-lo durante os jogos do Flamengo dando voltas em torno da geral empunhando a bandeira do seu clube de coração, ou pulando no campo para abraçar os jogadores do time rubro-negro. Numa dessas “invasões’ quase se deu mal:
- “na final do campeonato brasileiro de 1983 contra o Santos invadi o campo depois do terceiro gol do Flamengo, já no final do jogo. Mas acabei tropeçando e caí. Cercado por policiais, gritei para o Júnior (que logo conheceu o amigo mangueirense): Pô Capacete, me tira dessa!
Entre uma história e outra, Sobrinho lembrava dos sambas que cantou na avenida, e ao final de cada “palhinha”, aplaudíamos o show particular, aplausos que vinham também de outros apartamentos do prédio:
- “meus vizinhos adoram quando eu canto”, diz Sobrinho sobre os dias em que ensaia para manter a voz.
Sobre o carnaval atual, Sobrinho comentou que a modernidade deve ser compreendida, que é necessário acompanhar a evolução, mas disse que é possível conter o andamento acelerado imposto aos sambas atualmente e condenou o número excessivo de puxadores de apoio a que ele chamou de quadrilha:
- “não uma quadrilha do mal, mas uma quadrilha de festa junina”, completou.
A entrevista que durou exatas quatro horas foi marcada pela emoção. Sobrinho lembrou do dia em que perdeu seu melhor amigo, o também puxador Ney Vianna da Mocidade e da paixão que tem pelo samba. No final, com a voz embargada, confessou que seu maior sonho é voltar ao carnaval defendendo as cores da escola que o projetou no mundo do samba:
“Devo muito a Mangueira, mas foi a Tijuca que me projetou no samba, sonho em um dia voltar à escola”.
Belísima entrevista com o Sobrinho...
ResponderExcluirParabéns!!
O Sobinho faz falta no Carnaval carioca
Vai meu rrrrrritmoooooooooo!!!!!!!!