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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

É sempre bom lembrar Ismael Silva e a nossa Deixa Falar

Observamos que no ano de 2008 registra-se trinta anos da morte Ismael Silva, um dos maiores ícones do samba, e que junto com outros bambas da região do Estácio, revolucionaram, no final da década de 20, o mundo do samba. Em 12 de agosto de 1928, criava aquela que seria considerada a primeira escola de samba do Brasil, a nossa Deixa Falar, muito embora esta agremiação nunca tenha realmente sido uma escola de samba, desfilando apenas como bloco e depois rancho. Mas o que vale nesta história toda é que Ismael Silva, ao classificar a sua Deixa Falar como Escola de Samba, queria sim demarcar um novo tempo no mundo do samba. Objetivava este grande artista, criar um lugar onde as pessoas iriam, a partir daquele momento, aprender um novo ritmo e uma nova forma de dançar o samba.
Ismael Silva criou uma sincopa carnavalesca que deu ao samba um novo tom melódico capaz de se adequar às pessoas que quisessem dançar enquanto andessem pelas avenidas e ruas ocupadas pelo carnaval.
Assim nascia o samba dos bambas do Estácio, que iria romper com o que se vinha fazendo até então. O samba tinha uma estrutura melódica que só aproximava muito do maxixe, portanto, compositores como Donga, Caninha e Sinhô, tiveram que conviver com novos compositores de samba que traziam um novo estilo para o gênero musical.
Este niteroiense de nascimento foi muito mais que um grande artista, ele foi um “educador”, pois inspirado pela escola pública, direcionou o novo ritmo criado por ele, como uma forma de ensino que deveria se tornar algo sistêmico e permanente, revelando a localidade do Estácio como berço, onde nasceram os professores que iriam espalhar o saber popular para as futuras gerações. Sendo assim, as escolas de samba se tornariam as “instituições” responsáveis em acolher, preservar e ensinar esse novo saber.
Embora morto há trinta anos, Ismael Silva continua vivo entre nós. Constatamos isso ao ver a importância e o papel sócio-cultural que a escola de samba, criada por ele há oitenta anos, cumpre em nosso país.

Professor Mariano
é professor de história e comentarista do programa "Na Cadência da Bateria"
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