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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Região Oceânica, Magnólia Brasil e Folia do Viradouro fazem os melhores desfiles do grupo principal de Niterói

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2020
Foram três belos e empolgantes desfiles, dignos da história do carnaval de Niterói, que marcaram a última noite de desfiles do Carnaval de Niterói 2020, realizado na terça-feira, 25 de fevereiro na Rua da Conceição

Região Oceânica apresentou bom conjunto alegórico (foto Cadência da Bateria)

Campeã do Grupo B em 2019, a Mocidade Independente de Icaraí, abriu os desfiles mostrando ao público da Conceição a trajetória de vida de Augusto Bittencourt, o Gugu, figura muito conhecida na cidade, criador do Projeto Gugu, que leva qualidade de vida ao público da melhor idade. Mesmo pegando uma avenida ainda fria, os sambistas do Morro do Cavalão desfiram com garra, cantando o samba. A bateria Treme-Terra mais uma vez foi grande destaque, assim como a alegoria abre-alas. O tripé com um telão de Led que projetava imagens do homenageado apagou no meio do desfile, o que pode comprometer as notas da escola nesse quesito.

Logo depois desfilou o Império de Araribóia. Conhecida por desfiles robustos e de chão forte, a escola de São Lourenço estava irreconhecível. Com um contingente reduzidíssimo, alegorias pequenas e mal acabadas, algumas alas sem fantasias e nenhuma ala com “cabeça”, o Império não foi nem sombra do que costuma ser na avenida, e o mais grave, mesmo com todos os problemas que uma escola pode ter para desfilar, mesmo despedaçada, como o Império estava, o seu símbolo maior, o pavilhão, teria que estar na avenida e não passou nem nas mãos de um harmonia. Lamentável.  Certamente estará no segundo grupo em 2021. De bom, a competência do intérprete Tatalho que conduziu a escola na garganta, e a sempre bela Josiane Codeço à frente da bateria.

Terceira escola da noite, o Bafo do Tigre trouxe para a avenida uma reedição do seu carnaval de 1979, uma homenagem à cidade do Rio de Janeiro. O tema, cheio de clichês, característica bastante comum na época, como a exaltação das belezas naturais, dos hábitos e o samba, não aconteceu.

O excelente casal da Magnólia Brasil (foto Cadência da Bateria)

Quarta escola a desfilar, a Souza Soares retardou em 12 minutos a sua entrada na avenida para esperar a chegada do casal. Contando a história do "Cacique guerreiro" Araribóia, com bom conjunto de fantasias e alegorias, a escola de Santa Rosa tentou manter a evolução e o andamento do desfile, mas com o atraso inicial teve de correr no final, ainda assim ultrapassou o tempo em 5 minutos, o que deve afastar a escola da briga pelo título.

Narrando as fases da Lua, a Região Oceânica passou muito bem, com um samba bem cantado pelo carro de som. Com uma bateria impecável, comissão de frente com ótima performance, como de costume, e alegorias de bom gosto e acabamento, fazem da Oceânica uma real candidata ao título.

A mais esperada escola da noite, atual bicampeã da cidade, a Alegria da Zona Norte não traduziu na pista a expectativa pelo tri. Nos quesitos plásticos a escola da Bernardino esteve inferior às postulantes ao título com problemas de acabamentos em alegorias e fantasias. Uma de suas alegorias apresentou falta de composições. A briga vai ser para permanecer no grupo.

Sétima escola da noite a Magnólia Brasil, com o enredo em homenagem a madrinha Estácio, reedição de 1980, passou com muita garra e uma plástica impecável, comissão de frente conquistou o público vestidos de porcos passando muito bem nas cabines o casal também deu show. Emocionante ver as velhas guardas da Estácio e da Magnólia desfilando juntas, cantando o samba e “Relembrando aquele tempo Que não pode mais voltar

De São Gonçalo veio o Unidos do Sacramento. Com alegorias imponentes e boa comissão de frente, a escola deixou a desejar no samba, pouco cantado por seus componentes. Com fantasias de nível superior às coirmãs que vão brigar em posições intermediárias, e uma bateria segura, o Sacramento vai brigar pelas primeiras posições.

Penúltima escola da noite desfilou a imponente e luxuosa Folia do Viradouro. Carros bem decorados, mas com alguns pequenos problemas de acabamento, fantasias suntuosas e uma comissão de frente bem teatral - como exigia o enredo, o melhor da noite - passou bem nas cabines. Com um samba muito bom entoado por seus componentes, e uma bateria correta a Folia se credencia ao título.

Fechando o carnaval de Niterói desfilou o Experimenta da Ilha. A escola que no ano passado nos encantou com o enredo que falava das tradições pernambucanas, de Olinda, e que fez um bonito desfile com um ótimo samba, desta vez optou por um enredo que passeia pelo universo dos filmes japoneses de aventura como Jaspion e National Kid. Como diria Raquel Valença, sambista e escritora, em sua tese de mestrado, de 1981, sobre samba-enredo: "As palavras precisam ser carnavalizadas para virar purpurina". No caso, da escolha do tema, não houve poesia. De todo forma a escola passou leve, cantando o samba, como já é uma característica sua. Um dos grandes trunfos do Experimenta é o seu casal, sempre com grandes apresentações.
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