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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

PRIMEIRA MÃO - Garra de Ouro anuncia disputa de samba e divulga sinopse

sexta-feira, 08 de agosto de 2025

Grêmio Recreativo e Cultural Garra de Ouro anunciou nesta sexta-feira, em primeira mão à reportagem da Cadência da Bateria, que vai promover disputa de samba enredo para definir o hino do Carnaval 2026. 

A escola divulgou também a sinopse do enredo "PAÓ – O SAGRADO SOM DAS PALMAS EM CONEXÃO COM OS ORIXÁS", de autoria do carnavalesco Índio Garcia. 

O tema vai abordar o significado das palmas como forma sagrada de comunicação nas religiões de matriz africana, especialmente no Candomblé, para saudar, pedir licença, agradecer, invocar e reverenciar os Orixás.

As inscrições estão abertas e os compositores interessados em participarem da disputa devem entrar contato com o Diretor de Carnaval Henrique Vianna pelo telefone (21) 97338-8640, ou com o Carnavalesco Índio (21) 98758-2765. Além da sinopse os compositores concorrentes receberão o regulamento da disputa. O formato da disputa, assim como a data da final serão divulgados em breve após a finalização das inscrições.

As lideranças da Garra, Sidnei dos Santos (Presidente de Honra), Índio Garcia e o presidente Cidiclei da Costa Eugenio prometem um grande desfile.

Seguindo firme na caminhada rumo ao grupo principal do Carnaval de Niterói, a Garra de Ouro aposta mais uma vez num tema que já se tornou sua marca registrada. Em 2025, a vaga na elite quase veio. A escola chegou a liderar a apuração, mas caiu para terceiro lugar no último quesito, ficando apenas a dois décimos da campeã Sabiá.

Para o presidente Cidiclei, a disputa de samba vai proporcionar à escola uma bela obra. "A família  Garra de Ouro está muito feliz com esse enredo inédito,  e deseja boa sorte aos poetas que estarão conosco nessa caminhada. Com toda certeza teremos um hino digno de nossa amada Garra de Ouro", declarou o presidente à reportagem da Cadência da Bateria.

Confira a sinopse do G.R.C Garra de Ouro para o Carnaval 2026

Enredo: PAÓ – O SAGRADO SOM DAS PALMAS EM CONEXÃO COM OS ORIXÁS

APRESENTAÇÃO

O Grêmio Recreativo e Cultural Garra de Ouro, apresenta para o carnaval de Niterói em 2026, o Enredo: Paó- O sagrado som das palmas, em conexão com os orixás, uma temática com o significado e a importância ritualística de se bater palmas ( Paó) forma sagrada de comunicação nas religiões de matriz africana, especialmente no Candomblé, utilizada para saudar, pedir licença, agradecer invocar e reverenciar aos Orixás. “ Meu samba é reza eu vou orar, pra te consagrar bato Cabeça no pé do gongar. Nos terreiros, três toques de fé e sete de amor, invocando os orixás nos cânticos de louvor.“ “Não discriminamos ninguém, respeite meu axé que eu respeito seu amém, pois em cada palma ancestral, renasce o divino no meu carnaval”. 

INTRODUÇÃO:

O Paó na língua Yorubá quer dizer: “pá: “ juntar e “ ó” significa cumprimentar. Assim, o Paó representa a união entre o humano e o divino, entre o visível e o invisível. É uma forma de saudação que desperta na Terra as energias dos orixás, simbolizando respeito e reverência. “Bater Palmas” nos ritos do Candomblé é indispensável , seja no início e ou em seu encerramento. A energia emanada da natureza nesse ritual e um momento sagrado onde a conexão com o Orum, ( Céu) e Ayê ( Terra) realiza a sintonia com o espiritual e o divino, onde os atabaques rufam no Xirê. 

Assim como a palavra o som emanado das Palmas batidas, dos punhos, a baqueta percutindo no couro, a vareta no agogô e o pêndulo batendo no interior do Ádjá, são condutores do poder do ásé. Os Iaôs iniciantes no Candomblé batem Paó ritmicamente nas cerimônias ao seu período de reclusão ( Roncó), realizando assim a renovação espiritual e sua purificação. Cada nação dentro do Candomblé pode ter variações na forma de executar o Paó, mas todas concordam em sua importância como um “ Sagrado Bater de Palmas”. 

SINOPSE:

Bater Paó é uma saudação e um gesto milenar que representa reverência aos orixás e a natureza, despertando as Energias dos Orixás a serem evocado. O Paó é um bater de palmas rítmico, uma prática nas religiões, afro- brasileiras especialmente no Candomblé. Embora também seja utilizado na Umbanda, onde sua aplicação pode variar, em algumas tradições o Paó é um preceito essencial enquanto em outros, sua utilização é mais restrita por ser um elemento cultural de origem africana presente nessas religiões Afro- brasileiras, fazendo parte das práticas litúrgicas herdadas das matrizes africanas especialmente das tradições Iorubá, Bantu e jejes. Iorubá, ( Nagô) Muito presente nos terreiros de Candomblé da Bahia, onde o toque tem ligação com os orixás como Xangô e Iemanjá. Bantu , está presente nas tradições como o Candomblé de Angola onde há mais ênfase nos ancestrais e nos ritmos percussivos; Jeje, ( Ewe- fon.) cultuam vuduns e também utilizam palmas e toques como forma pra Iansã. O ato de bater Paó não é uma submissão e sim uma comunicação, interação, harmonia e integração com as energias da natureza e o sagrado; Os três primeiros sons rítmicos representam o Orixá interior, Orixá do assentamento e o Orixá da natureza. A sequência tradicional do Paó é composta por 3 palmas O Paó bate-se três vezes assim : 3 palmas fortes e lentas seguidas por 7 palmas mais rápidas e suaves. Totalizando 30 palmas, essa estrutura faz aluzão aos 9 Orums ( Mundos Espirituais) na cosmologia Yorubá, representando a conexão entre o mundo físico e o espiritual. 

Representando assim: O orixá interior ( Ará ) o orixá do assentamento ( Ayê) e o orixá da natureza (Orum) No candomblé, o orixá interior de uma pessoa é chamado de Ori, que significa "cabeça" em Yorubá. O orixá do assentamento no candomblé é o Ibá orixá que é a morada sagrada dos orixás, o local onde se realizam as oferendas, pedidos e acendimento de velas. Oxóssi é o orixá da natureza no Candomblé e em outras religiões africanas, ele é o orixá da floresta, da caça, da fartura e do sustento. 

O Paó mais que um simples gesto é uma manifestação de fé e conexão com as forças da natureza e dos ancestrais uma comunicação, um sinal de que é preciso alguma coisa, mas não se podem falar, daí batem palmas das mãos tentando dizer algo e se comunicar por algum motivo. É usado também como saudação aos Orixás e diferente de um para outro. Utilizado para pedir permissão para entrar, saudar e pedir licença. Bater com as pontas dos dedos no chão da mão esquerda e depois cruzando os dedos com as palmas das mãos voltadas para o solo Saudando Exu. O paó de segunda feira vai para ele pra nós proporcionar caminhos abertos e corpo fechado, pois confio no grande guardião da estrada, aquele que nos guia. Pois Exú não dá o que queremos e sim o que merecemos. Exú é Mojubá” que significa respeito Dá mão direita fazendo uma cruz e depois realizando uma cruz no peito,saudando os pretos velhos. Da mão direita, depois tocando a fronte ( Eledá) Senhor da Criação, o lado direito da cabeça ( Otum- 2° segundo orixá) e a nuca ( os ancestrais).Saudando os orixás e guias Dá mão direita 3 vezes e depois tocando a fronte o lado direito da cabeça e a nuca para saudar Obaluaê ou Omulu, que vai mostrar o caminho e servir de guia para aquela alma, pois é o senhor da terra e das camadas do seu interior para onde vamos todos nós. Daí a ligação dos mortos, pois é ele que irá cuidar do corpo sem vida e guiar o espírito que deixou aquele corpo. Por esta razão a procura de uma mão boa no universo do Candomblé seja tão procurada pois é o mais significativo para seus adeptos. À mão de um pai ou mãe de santo é tão importante quanto o conhecimento e a sabedoria, pois sem uma boa mão não existe prosperidade nem equilíbrio na vida de seus filhos. Só uma mão boa desperta o sexto sentido e transforma a vida para melhor . As mãos tem cinco dedos a mesma dos cinco sentidos e quando batemos palmas desencadeando o poder vibratório capaz de eliminar todas as tristezas, angústias, doenças e ao mesmo tempo, canalizados a energia do amor, paz , alegria, saúde e longevidades em contar a alegria que todos os orixás sentem em receber, abençoar, acolher, acariciar e colocar axé, retirar o ajé para alimentar o outro. Cuidar do sagrado para jogar os búzios e quando temos um acidente ou qualquer parte do corpo dói eles vão direto ao local da dor para controlar e curar. 

O Som é propagador de axé de energia, pois bater palmas, tocar atabaques e cantar, são poderosas emissões energéticas. Vamos bater Paó, exaltar e saudar os Orixás, firmando o batuque no terreiro mandingueiro Com a proteção dos meus guias, figa de guiné e patuás. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O Garra de Ouro vem mostrar um enredo centrado no Paó, e assim, explorar diversas facetas culturais e espirituais. Mostrar o Paó como o primeiro som, ritmo primordial que conecta o homem ao divino e serve como linguagem entre os iniciados e os orixás. A diversidade das nações é destacar as variações do Paó entre as diferentes nações do Candomblé como : Ketu, Angola, Jeje e Efon. Mostrando assim, a resistência cultural e enfatizar como o Paó e outras práticas afro- brasileiras resistiram ao longo do tempo, preservando a identidade e a espiritualidade de um povo de Axé Pois o Paó é mais do que um simples gesto é uma expressão profunda de fé e conexão com o Divino, onde sua prática reforça os laços espirituais dentro das comunidades de terreiro e mantém viva a tradição das Matrizes Africanas no Brasil. Nosso símbolo o punho serrado erguido é o retrato que expressa essa resistência, luta e Garra até hoje, contra todo tipo de preconceito as religiões de Matrizes Africanas e a intolerância religiosa. Pôr tudo isso, pelo amor que há na fé, respeite o meu Axé!

 G.R.C.Garra de Ouro Carnaval 2026

Carnavalesco : Índio Garcia


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Um comentário:

  1. Parabéns Pela contratação do excelente Carnavalesco Índio Garcia .
    Garra sempre com Enredos Afros , porém sempre em uma vertente diferente
    A que mais resgata as questões de matrizes africanas e ancestralidade 👏🏼

    ResponderExcluir

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