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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Zé Katimba, aos 80, comemora 40 anos de Martim Cererê

por Fernando Paulino                            

Ele faz 80 anos, sua obra imortal “Martim Cererê” faz 40 e depois de deixar a Paraíba, 70 anos passados, Zé Katimba se prepara para voltar a sua terra natal. Trata-se de José Inácio dos Santos, nascido em Guarabira, no interior paraibano, de onde saiu aos 10 anos de idade, com o pai e a mãe, fugindo da seca.
O menino Zé se iniciou no samba quando, morando num morro carioca, batia na lata, antes de enchê-la de água pra levar pra casa. Nas peladas de futebol, virou Catimba, tal o seu estilo catimbeiro de jogar. Depois, com seus sucessos musicais, tornou-se Zé Katimba, com K. No mundo do samba, em 1959, ajudou a fundar o Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, em Ramos. Na vida, foi de tudo um pouco: camelô, limpador de fossa, porteiro, ajudante de pintor. No samba, também: puxador de corda, mestre-sala, dirigente, compositor. É um campeão dos carnavais.
Este ano, o samba-enredo Martim Cererê – que virou trilha sonora da novela Bandeira 2, de Dias Gomes – faz 40 anos de criação. “Foi o ano que conseguimos furar o bloqueio das quatro grandes escolas da época. Todos os anos, as quatro primeiras colocações ficavam entre Mangueira, Portela, Império e Salgueiro. Mas no Carnaval de 72, ficamos com o quarto lugar, com o enredo Martim Cererê. O samba bombou. O compacto que lançamos vendeu mais de 700 mil cópias”, lembra Zé Katimba. “Martim Cererê” Katimba fez em parceria com Gibi.
Engana-se quem pensa que Katimba, chegando aos 80 anos de idade, parou de produzir. Ele, lépido e fagueiro, está na disputa do samba da Imperatriz para o Carnaval 2013. O enredo é “Pará: Muiraquitã do Brasil”. A letra do Katimba fala que “eu serei vitorioso, um romeiro orgulhoso / no Círio de Nazaré / Vou cirandar, no Siriá, vou me acabar / quando a Imperatriz passar”.
Um detalhe importante e inusitado: Katimba é o único compositor que concorre sem parceria. Tem sambas assinados por 6, 8 às vezes até 10 parceiros. Katimba, não. Aquele samba que está empolgando os ensaios da verde, ouro, prata e branco da Leopoldina é criação de uma só pessoa: o octogenário Katimba.
Mas a vontade de rever suas origens mexe com José Inácio dos Santos. Amigos da Paraíba estão organizando junto com autoridades locais um grande evento para comemorar, em novembro, os 80 anos de Katimba em alto estilo. Quem sabe, surge mais uma obra-prima musical.
Antes disso, porém, as comemorações dos 80 começam por Niterói, cidade onde mora há mais de 30 anos. No início de outubro, será feita uma grande roda de samba em sua homenagem.
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Fernando Paulino é jornalista, autor do livro
“Zé Katimba – Que grande destino reservaram pra você”
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