A materialização deste carnaval fez abalar vários paradigmas estabelecidos até então nos desfiles de escolas de samba, como ver alas clássicas como a das baianas e bateria, travestidos com fantasias fantasmagóricas carregadas de indumentárias esquisitas como capacetes e asas.
Fernando Pinto conseguiu tal proeza, pois tinha um diálogo muito grande com a comunidade da Vila Vintém, comunicação esta que fez nascer uma identidade entre carnavalesco e agremiação.
A morte prematura de Fernando Pinto ao 40 anos, conseqüência de um desastre de automóvel, interrompeu uma brilhante e promissora carreira, mas as suas obras carnavalescas se transformaram sem sombra de dúvida em um legado para outras gerações de artistas.
Para encerrar, quero dizer que Ziriguidum 2001, em termos de impacto visual e discursivo, tem para o desfile de escolas de samba o mesmo sentido inovador que o filme “2001, uma Odisséia no espaço”, do diretor Stanley Kubrick, teve para o cinema, já que ambos construíram, na passarela e na tela, espaços simbólicos que revolucionaram o entendimento que nossos olhos tinham destas manifestações artísticas.
Viva o gênio Fernando Pinto!
Professor Mariano
É professor de História, comentarista e pesquisador das escolas de samba do Rio de Janeiro
Fotos disponíveis em: www.tradicaodosamba.com.br
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