Magnólia, Império e ‘Tá Mole’ na briga

Gisele e Gugu do Tá Mole mas é Meu

Texto: Luiz Eugenio

Reportagem: Lucas Guedes

Fotos: Léo Costa
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A pista de dança do Império

Na terceira noite de desfiles em Niterói, cruzaram a Passarela da Conceição as Escolas de Samba do Grupo de Acesso, considerado o ´grupo da morte’ do carnaval niteroiense, por ter entre seus participantes, tradicionais escolas de samba da cidade e agremiações que surgiram após a revitalização, mas que têm realizado grandes carnavais. Nove agremiações disputam uma vaga no desfile principal em 2013.

Alegória da Souza Soares

Primeira a entrar na avenida, o GRES Magnólia Brasil esquentou o clima da Rua da Conceição e mostrou ao público o enredo “Todos cantam sua terra”, que exaltava a cidade de Casimiro de Abreu. Com fantasias bem elaboradas e com grande contingente que cantou com garra o samba, a escola do Fonseca fez um desfile correto, que a credencia como uma das favoritas ao título. Destaque para a bateria de Mestre Perdido e da bela Rainha Larissa.

Segunda escola da noite, o Império de Araribóia, também fez uma belíssima apresentação. O enredo “Império canta a música, alegria do povo e seus ritmos na festa de Momo”, trouxe para a avenida os mais variados estilos da música pelo mundo. Começando pelo pop de Micheal Jackson, muito bem retratado na comissão de frente, até o samba a “expressão da emoção”, como dizia o melhor samba da noite. Com um desfile compacto, componentes cantando com entusiasmo, fantasias de fácil entendimento e bem feitas a escola de São Lourenço certamente lutará pelo título. Destaque para a alegoria que representava uma pista de dança, cheia de efeitos especiais, e para a bateria de Mestre Wagner e da Rainha Marluce Maravilha, que apresentou várias convenções durante todo o desfile.

Mestre Jonas na Magnolia

Magnólia e Império, duas agremiações que chegaram juntas aos desfiles de Niterói, cada vez mais se firmam como a grande rivalidade na cidade. Filiadas à Uesbcn em 2008, como “Magbloco” e “Araribloco”, as agremiações se alternaram entre campeões e vices, até, mais uma vez, chegarem juntas aos desfiles de escolas de samba.

Com as grandes apresentações das duas primeiras agremiações, crescia a expectativa pelo desfile do Bafo do Tigre. A tradicionalíssima agremiação do Morro do Estado, ganhou nova diretoria em 2011, e estava se preparando bem, com ensaios regulares no Clube Canto do Rio e formação de um time de profissionais de renome no carnaval do eixo Rio-Niterói. Entre eles, o presidente Rogério Balthazar, compositor campeão de vários sambas no Cubango e em escolas da Capital, o carnavalesco Roberto Reis, o diretor de harmonia Sérgio Negão e o mestre de bateria Demétrius, mas com um contingente pequeno, sem alegorias e ala de baianas, além de ter atrasado o desfile em mais de meia hora, a escola deve perder vários pontos que a ameaçam de rebaixamento.

Tigresa do Bafo

Outra tradicional agremiação niteroiense, a Souza Soares, foi a quarta a se apresentar na noite de segunda-feira. Após a decepção do rebaixamento no carnaval passado, a verde e branca do presidente Graham Bell, se reestruturou e proporcionou ao público um desfile emocionante. Com o enredo “Matriz afro do povo brasileiro”, os sambistas da Rua Lions em Santa Rosa, mostraram fantasias bonitas, entre elas a da ala das baianas e mestre-sala e porta-bandeira. A alegoria, representado a cultura africana, tinha excelente acabamento. Destaque para a bateria. No passado considerada a melhor de Niterói, mostrou que não perdeu o ritmo. Mestre Fábio deu um verdadeiro show na avenida. Diferente do ano passado, em 2012, a Souza vai figurar nas primeiras colocações.

“Iluminado ao Sol do Novo Mundo”, entrou na avenida o GRES Tá Mole mas é Meu”. Quinta escola da noite, a azul, vermelho e branco da comunidade da Bonfim vem se firmando como uma das grandes forças do carnaval niteroiense. Com um desfile correto, a escola apresetou boa evolução na avenida e animou as arquibancadas. Destaque para o casal, Gugu e Gisele, que apresentaram o pavilhão tricolor com bailado perfeito e belas fantasias. A alegoria tinha ótimo acabamento. A bateria dos Mestres Tziu e Cajá, sacudiram a avenida. À frente dos ritmistas, a Rainha Marianne, a Madrinha Danúbia, a princesa Driele e a Musa Thainá, roubaram a cena. É uma das favoritas ao título.

Comissão da Frente da Engenhoca

Sexta escola da noite, a União da Engenhoca, também fez um bom desfile. De olho na vitória, como menciona seu enredo, os foliões do Largo São Jorge, se descaram pela apresentação da bateria de Mestre Pêra, que abusou das bossas e convenções, sem perder o ritmo. À frente dos ritmistas, Aninha, hoje uma das mais bonitas Rainhas do carnaval de Niterói. Além da alegoria, que mesmo simples estava inserida no enredo, a escola do presidente Anderson Canela apresentou três tripés. Destaque para comissão de frente, apresentou coreografia criativa e sem falhas durante todo o percurso do desfile. Deve ficar numa posição intermediária.

Alegoria do Garra de Ouro

O Unidos do Sacramento, foi a sétima escola a desfilar. A agremiação gonçalense apresentou fantasias luxuosas, que destoaram da média das demais escolas, porém a ausência de alegorias e comissão de frente, certamente comprometerão o desempenho da vermelho e branco. Algumas alas apresentara fantasias incompletas. Destaque para a interpretação de Flavinho Machado, um dos grandes puxadores de samba de todos os tempos de Niterói. Vai lutar para se manter no grupo.

Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira do Bem Amado

Depois foi a vez de outra tradicional agremiação de Niterói, o Bem Amado. A verde e branco da comunidade da Grota do Surucucu levou para avenida o enredo “O Egito bem amado pelo seu povo”. A alegoria bem acabada que representava com perfeição o enredo, foi o destaque da escola de São Francisco. As alas também tinham fantasias que descreviam o enredo, mas poucos integrantes cantavam o samba da dupla Beto Gama e Gegê Fernandes. Destaque para a ala de Baianas. Não briga pelo título, mas deve permanece no grupo.

Bainas do Sacramento

Encerrando os desfiles das escolas de samba do Grupo de Acesso, se apresentou a Garra de Ouro. A escola da Garganta do Viradouro fez um desfile simples, nos quesitos plásticos. O casal de mestre-sala e porta-bandeira executou bem sua dança e a bateria, apesar de pouco numerosa, se apresentou bem. Destaque para a comissão de frente, que se apresentou com boa coreografia. Vai lutar pela permanência no grupo.

Nesta terça-feira, é a vez das escolas de samba do Grupo Principal. Confira a cobertura completa Na Cadência da Bateria.