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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Magnólia Brasil prepara festa para lançamento do enredo e apresentação de novo diretor de carnaval

sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Será no dia 4 de novembro a festa que o GRES Magnólia Brasil, integrante do Grupo A do Carnaval de Niterói, realizará para apresentação do enredo 2019 e também dos novos componentes da escola. O presidente da agremiação, Paulo Renato, o Renatinho, já começou a convocação. “Vamos lançar oficialmente nosso enredo em homenagem aos 300 anos de Cuiabá, vamos também apresentar nosso novo Diretor de Carnaval, Bobby Brown, e fazer as coroações da Rainha de Passistas, Rainha da Escola e a Princesa da Bateria. teremos ainda a presença da Unidos do Viradouro, e claro todos os segmentos da escola”, informou o presidente. A Rainha de Bateria da Magnólia Brasil, Taiane Perfeito, é presença certa no evento.

O enredo da escola para 2019 é "A Corte da Magnolia Brasil em Terras Cuyabanezas", do carnavalesco Roberto Oliveira.

DIREÇÃO DE CARNAVAL
Atuando na escola desde o início do ano após ganhar a disputa de samba enredo, Bobby Brown, será oficializado Diretor Geral de Carnaval da Magnólia Brasil no evento do dia 4. Bobby falou à Cadência da alegria em ocupar esse cargo. “Quando recebi o convite, do presidente Paulo Renato fiquei muito feliz. Gosto de trabalhar, botar a mão na massa, divulgar a agremiação e trazer mais amigos parar somar”, disse Bobby. 

O novo Diretor de Carnaval da Magnólia assume posto disposto a trabalhar pelo título do grupo principal de Niterói (foto divulgação | acervo pessoal)

Experiência – Ex vice-presidente do Acadêmicos do Cubango na gestão anterior, Bobby acredita que pode colaborar muito para o sucesso da Magnólia Brasil no próximo carnaval. “Será uma nova experiência pra mim, chego com muita humildade para aprender e ensinar o que eu aprendi ao lado de Pelé na Cubango. Muita vontade e gana pra levar a Magnólia Brasil ao primeiro título do grupo especial de Niterói”, disse o diretor à reportagem da Cadência.

Incentivador – Atuando no Carnaval de Niterói desde sua revitalização, onde já foi jurado e colaborou na organização dos desfiles, Bobby aposta no crescimento do carnaval da cidade. “Sou do povo e quero sempre ajudar, devemos ter uma visão mais profissional e organizada no nosso carnaval. Pessoas sérias que querem desenvolver a maior festa popular do planeta”, declarou o novo diretor de carnaval da Magnólia Brasil.

COROAÇÕES
A festa do próximo dia 4 terá ainda apresentação das novas musas da escola. Conforme informado pelo presidente Renatinho farão parte do time de beldades da Magnólia, a Rainha da Escola, Andreza Clemente, a Rainha da ala de passistas, Fabiana Oliveira e a Princesa da Bateria, Daniela Garrido. 

Fabiana Oliveira será a Rainha da Ala de Passistas da azul e branco do Fonseca (foto divulgação)




O evento será realizado no dia 4 de novembro, a partir das 15h, no Clube da AFTAE, Av. Washington Luís, 21 (próximo ao 12º Batalhão da PM), no Centro de Niterói.



Conheça a sinopse do enredo da Magnólia Brasil para o Carnaval 2019

Enredo: A CORTE DA MAGNÓLIA BRASIL EM TERRAS CUYABANEZAS

Introdução

Muito prazer, sou cuiabano.

“A cultura é a soma dos comportamentos, saberes, técnicas, conhecimentos e valores acumulados pelos indivíduos durante suas vidas e, em uma outra escala, pelo conjunto dos grupos de que fazem parte. A cultura é uma herança transmitida de uma geração a outra. (...).” (Claval -1999:63)

Para este Carnaval de 2019, a Magnólia Brasil resolveu homenagear os trezentos anos da Capital de Mato Grosso, Cuiabá, através de seu povo, sua arte, sua cultura e suas belezas naturais.

Cidade localizada no Centro da América do Sul, marcada pelo Centro Geodésico, é conhecida como Cidade Verde. Porém, ao chegar à cidade, se descobre mais que o verde, mas o colorido de seu povo estampados nas roupas do Cururu e Siriri, na sua arte, no artesanato e no seu jeito alegre de viver.

A Corte da Magnólia Brasil nada mais é que a Corte do Carnaval, que à velocidade do samba faz uma viagem à cidade aniversariante e chega em meio a uma festa, no Bairro de São Gonçalo Beira Rio, onde nasceu Cuiabá.

Esse berço da cultura e das tradições cuiabanas, hoje, abriga pouco mais de trezentas pessoas, descendentes diretos dos primeiros habitantes da região. Os bandeirantes que ali chegaram , foram com o propósito de capturarem índios para o serviço escravo, principalmente Payaguás, Bororos e Caxiponés, mas logo encontraram o ouro e ali se instalaram, definitivamente, marcados como os primeiros Cuyabaneses no século XXVIII, mais precisamente 1719.

Após a corrida do ouro, Cuiabá se isolou do resto do Brasil, o que fez com que sua cultura e seu jeito de viver não sofressem tanto com as interferências externas. Esse isolamento foi extremamente importante para se manter tradições e comportamentos culturais perdidos ao longo dos anos no resto do país, como o Cururu e o Siriri, por exemplo.

Pretendemos, com este desfile, configurar-nos como a alma e o espírito cuiabano, vestidos das cores de seu povo, de sua arte e de sua cultura.

A homenagem aos trezentos anos de Cuiabá, aqui representada pelo jeito cuiabano de ser, se encerra com o retorno da Corte da Magnólia Brasil à Niteroí, onde também ocorre uma festa, a maior da cidade, os desfiles das Escolas de Samba, a ópera popular que nos permite fazer viagens em poucos minutos, à velocidade do samba.

Parabéns, Cuiabá!

Sinopse
A Corte Carnavalesca da Magnólia Brasil faz uma viagem a velocidade do samba, e entre pompons multicores, chega ao Centro Geodésico da América do Sul, onde se avista melhor o Cruzeiro do Sul, que neste ano de 2019, completa trezentas purpurinas.

Ao som da Viola de Cocho, do Mocho e Ganzá, num estridente e acelerante toque musical, a Corte da Magnólia chega ao bairro de São Gonçalo Beira Rio, onde nasceu Cuiabá, local marcado pra festança, e é recebida pelo seu povo hospitaleiro e festeiro, de rebuça e chuça, que tem nas veias uma cultura forte e única, e que se propõe a contar parte de sua própria história, sua cultura e suas origens.

Cuiabá do rio... do rio de mesmo nome que corta e alimenta de vida a Cidade Verde. A Corte carnavalizada depara-se, não só com o verde, mas com o colorido mágio do seu povo, de sua arte e de sua natureza, cidade Portal do Pantanal Matogrossense.

O tecido estampado, a chita, o pano que absorve a tinta, a tinta que invade as telas dos artistas. Telas que refletem a natureza, o dia a dia do seu povo e sua alma multicolorida. A Cidade Verde, na verdade, é Cidade de Todas as Cores.

Sou chique com minha chita

Sou chique com meu chitão

Temos fitas coloridas

Enfeitando a trtadição...

Quem disse que a chita não é chique?

Quem disse que ela não tem seu valor?

Misture com fitas. Que vai dar o esplendor.

Aves bilam em revoadas “arlequinadas”, recepcionando colombinas apaixonadas por pierrôs, que se deparam com as cores vivas e fortes da natureza, e que inspiram as misturas das tintas, dos artistas da terra. Tuiuius frenéticos são embalados pelo samba, e que logo se rendem as passadas rápidas do Siriri, ou compassadas do Cururu, do seu povo em festa. Êta póvo que gosta de um rebuça e chuça! “Sô arroz de festa, memo, e comadre sinhá sabe disso”. Tenho dito.

Onças e lobos guarás rosnam em comemoração, jacarés invadem a água do rio, colibris em revoadas recebem a Corte Carnavalesca, enquanto perilampos se preparam pra “alumeiar” a festança, durante à noite.

kuayaverá , Cuyaverá , Cuiavá, Cuiabá. Os Payaguás, Bororos e Coxiponés navegavam pelos rios, Cuiabá e Coxipó, rio abaixo e rio acima. Os bandeirantes queriam destiná-los ao cativeiro, mas acharam ouro no Coxipó e ali se instalaram. Em 1719, com a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, fundou-se o Arraial da Forquilha, na localidade São Gonçalo Velho, onde o Coxipó deságua no Cuiabá.

“Limitando qual novo colosso

O ocidente do imenso Brasil

Eis aqui, sempre em flor, Mato Grosso

Nosso berço glorioso e gentil.

Eis a Terra de minas faiscantes

Eldorado como outro não há

Que o valor de imortais bandeirantes

Conquistou ao feroz Payaguás.

... Salve Terra de amor, Terra de ouro

Que sonhara Moreira Cabral

Chova o céu dos teus dons o tesouro

Sobre ti, bela terra natal...”

(Trecho do Hino de Mato Grosso)

Como tudo se acaba, oa corrida do ouro chegou ao fim, e a Verde Capital do velho oeste brasileiro teve que resistir a longos anos de solidão e isolamento.

O isolamento fez com que seu povo e sua cultura fossem preservados, diferentemente dos outros brasis. A sandália arrastando no chão, levantando a poeira e tingindo a chita de barro. Com movimentos rápidos, balançando a saia, o Siriri ganha outro tom. Enquanto, Cururueiros em círculo, rimam toadas zombeteiras da mulher do vizinho.

É assim até hoje. De São Gonçalo Velho passou a se chamar de São Gonçalo Beira Rio. Aqui, nasceu Cuiabá, e seu povo carrega na alma e no sangue, a cultura de seus ancestrais.

Entre igaratés, hoje, canoas e barcos não são dos índios, mas dos pesacadores ribeirinhos, que alimentam a cidade. O ouro mais precioso é sua gente, sua Terra, sua cultura. O dourado do sol, que aquece essa Terra o ano inteiro, brilha nos olhos dos seus filhos, de chapa e cruz, como o ouro da alma.

Do barro que mancha a chita , os ribeirinhos fazem sua arte. O forno aqueçe cambucas, tigelas, figuras humanas, aves... cerâmica artesanal, do barro que sai do rio.

A fé move esse povo, que não desiste nunca de viver e ser feliz, mesmo com muito pouco. O pouco é muito para os que amam a vida e a liberdade do seu lugar. Salve Bom Jesus de Cuiabá, nosso Padroeiro. Salve São Benedito, nosso Santo maior. Salve São Gonçalo, Nossa Senhora Aparecida, salve Santo Antônio, São Pedro e São João. Romeiros surgem de todas as partes, com preces e louvores, pedindo bênçãos a todos os seus. Rogai por nós!

Benzedeiras espalham e espantam o mal olhado, dançando o rítimo acelerante e dissiminando o bem. Em seus movimentos de benzeduras, bendizem com palavras de fé e esperança, enquanto, em outro canto, parteiras dão a luz a um novo ser, mais um Tchapa e Cruz.

A festa continua! Queima lenha no tacuru e bota a panela pra ferver. Vote! Coisa boa é a comida da morena. Moreninha linda, do meu bem querer...

... A sua culinéria

Todos vão querê prová

Paçoca, bolo de arroz

Francisquito e guaraná...

...Tem farofa de banana

Doce em compota e pixé

Tem mujica de pintado

Pequi e maria izabé...

Ao som da viola de cocho, cururueiros empinam o ganzá de taquara e batem no mocho de couro de boi, entoando versos zombeteiros numa batalha de rimas. É o Cururu malandramente, se mostrando pro samba carioca.

Casais dançam enquanto cantores e músicos lançam toadas aceleradas, louvando o Siriri de pé no chão.

Bendito isolamento territorial, que fez com que essa dança típica, composta por elementos indígenas, africanos, portugueses e espanhóis, com variadas evoluções, não se perdesse nesse canto de Brasil. São trezentos anos de resistência e existência, desde os fundos dos quintais, das festas em sítios e fazendas, às festas santas nas Igrejas Católicas, para a perpetuação dessa tradição única, que só restou em um local único. Cuiabá.

O saranzal e a chimbuva

Plantas de grande colosso

Que faz o som da nossa dança

E a viola de cocho

O couro que nos fornece

Para fabricar o mocho

Vem do boi ou vem da vaca

Mas ´so quando o bicho é morto

A taquara é estridente

Quando ela é rachada

De nó em nó faz o ganzá

Que anima essa moçada...

Mas se preferir, pode convidar a morena pra dançar um rasquedo e levantar poeira do salão. A tal moreninha linda do meu bem querer!

Parabéns São Gonçalo Beira Rio, parabéns Cuiabá, pelos trezentos anos de vida. Que seu povo nunca perca a doçura, a alegria, a energia e o bem viver. Que suas belezas naturais sejam eternamente preservadas, e que seu povo seja eternamente feliz.

A Festa acaba e a Corte da Magnólia Brasil se despede da Cidade Verde, e a velocidade do samba retorna pra Niterói, Cidade Sorriso, e que também está em festa.

Anotações relevantes:

Centro Geodésico da América do Sul:
Demarcado pela Comissão Rondon, em 1909, o centro geodésico da América do Sul fica no antigo campo do Ourique - hoje a praça Moreira Cabral, onde também fica a Câmara Municipal de Vereadores. O local já foi uma praça de enforcamento de condenados e também um campo de touradas.

Estridente e acelerante toque musical:
O Siriri tem um rítimo bastante acelerado, acompanhados pelo som da viola de cocho, ganzá e do estridente mocho.

Rebuça e chuça:
Refere-se ao cuiabano, povo festeiro e gosta muito de dançar. Chamar uma pessoa pro rebuça e chuça, é o mesmo que chamar para a balada ou para dançar.

Sô arroz de festa, memo, e comadre sinhá sabe disso:
Expressões cuiabanas, onde o termo comadre é bastante usado. O cuiabano não é de perder nenhuma festa a que tenha sido convidado. Adora “festá”.

Alumiar:
Iluminar.

Tchapa e Cruz:
Indivíduo que nasce em Cuiabá, onde no passado recebia uma chapa de alumínio no pulso, e morre em Cuiabá, recebendo a cruz. Ou seja: cuiabano que nasce e morre em Cuiabá.

Tacuru:
Trempe, formada por três pedras soltas, em que se assenta a panela sobre o fogo; itacuruba; tacuruba.

Expressão extraída de:
“Tabuleiros de negras velhas, ao lado de fogões improvisados com tacurus de pedra e ferro, se estendiam em frente ao circo” - Quem conta um conto, de Cornélio Pires – Editora Monteiro Lobato, 1925 (p. 100).

Moreninha linda do meu bem querer:
Trexo da música Moreninha Linda, de Tonico e Tinoco, muito tocada em ritmo de rasqueado nas festas em Cuiabá.

Inserções:
Trexos de toadas de Siriri, de composição de Maria Madalena Macedo.

Consultas:
Claval, Paul – A Geografia Cultural- Ed. UFsc , 1999: 63.
Pires, Cornélio - Quem conta um conto – Editora Monteiro Lobato, 1925 (p. 100).
SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade aos dias atuais. Cuiabá: Entrelinhas, 2002.
Cuiabá - Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://brasilimperdivel.tur.br/origem-termo-cuiaba/
http://www.diariodecuiaba.com.br/especial2.php?cod=5&mat=15221
Tenuta, José Augusto – Cuiabá de Tchapa e Cruz, Ed. Entrelinhas – 2015.

Roberto Oliveira
carnavalesco 
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