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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Estaria a cultura da repetição invadindo também as nossas escolas de samba?


terça-feira, 15 de janeiro de 2019
Até que ponto os fenômenos culturais percebidos atualmente na TV e cinema influenciam os desfiles das escolas de samba. Estaria nosso carnaval acompanhando uma onda do mercado ou simplesmente navegando nos mares da mesmice? Nosso colunista Professor Mariano nos convida a uma reflexão. Confira.

Estaria a cultura da repetição, invadindo também as nossas escolas de samba?
por Professor Mariano.

No artigo, “Nada mais acaba na TV e no Cinema, e isso está me deixando louca”, publicado no dia 13 de janeiro no jornal Folha de São Paulo, a jornalista americana Amanda Hess questiona a nova onda de produção artística, criada pela indústria cultural. Que é a série de refilmagens, projetos derivados e filmes adjacentes, que tomaram conta das telas do cinema, televisão e também dos smartphones. São produções artísticas, que como chama atenção, a jornalista, não acabam. São histórias sem ponto final. Exemplo são os seriados da multinacional Netflix. São filmes que podem mudar uma coisa ou outra, mas a estrutura da história se repete exaustivamente. Não se tem portanto o ponto final dessa história.

Hess nos adverte que esse tipo de produção cultural com histórias infinitas limitaria o surgimento com o tempo, de histórias realmente autênticas. Pois a maioria dos cineastas e produtores ficariam inibidos de fazer obras que tivessem indo contra esta "onda de mercado". Lembrando que estamos falando de fenômenos culturais que ocorrem na Indústria Cultural.

Esta reflexão de Hess me fez lembrar, é lógico das nossas escolas de samba. E aí galera, me veio a seguinte indagação: Não estaria este fenômeno da "cultura da repetição" que assola o cinema e a TV, atingindo também a criação artística dos enredos das nossas Escolas de Samba? Eu diria que sim.
Se olharmos para esses excessos de repetições nos últimos anos dos chamados temas religiosos, as reedições de sambas e enredos antigos e homenagens a pessoas importantes que já morreram veremos sim, que esta cultura da repetição atinge o espetáculo do carnaval na sua musicalidade e história.

Quero dizer, que não tenho nada contra, as escolas escreverem sobre a temática acima. Mas o que alerto é sua repetição exaustiva. Falar de assuntos como se fossem eternos não contribui para oxigenação do debate, como também banaliza e desgasta o tema repetido. 
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