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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Magnólia Brasil promove grande festa para lançamento do enredo 2019

quinta-feira, 01 de novembro de 2018
Será no próximo domingo, 4 de novembro, a festa que o GRES Magnólia Brasil, integrante do Grupo A do Carnaval de Niterói, promove para apresentação oficial do seu enredo rumo ao Carnaval 2019. 

A festa começa às 15h no Clube da AFTAE, no Centro Niterói e marcará também a apresentação dos novos integrantes da agremiação. Entre eles o novo Diretor de Carnaval, Bobby Brown, a Rainha da Escola, Andreza Clemente, a Rainha da ala de passistas, Fabiana Oliveira e a Princesa da Bateria, Daniela Garrido. 

A Rainha da Bateria Magnífica Taiane Perfeito já confirmou presença. 

Entre as atrações do evento uma super roda de samba com o Grupo Novo Visual e Pedrinho da Voz, presença VIP da Mulata Show e Musa Joseane Codeço, apresentação da Unidos do Viradouro, e claro, show da Bateria Magnífica.

O Clube da AFTAE fica Av. Washington Luís, 21 (próximo ao 12º Batalhão da PM), no Centro de Niterói.

O ENREDO
Na segunda-feira passada, o carnavalesco Roberto Oliveira fez uma explanação do enredo aos compositores da escola para esclarecer pontos importantes do desfile. "Espero que tenhamos um excelente samba pra representar nossa comunidade, e que tenha força pra buscarmos o título tão sonhado por esta Agremiação. Estamos lutando pra que a Magnólia venha com força máxima em todos os quesitos", disse o carnavalesco.

Experiência - Roberto assinou seu primeiro carnaval em Niterói, no desfile de 2018 na própria Magnólia Brasil, "A Face Oculta da Lua", mas sua trajetória no mundo do samba começou bem antes, como carnavalesco, em São Gonçalo, aos dezessete anos. Em 1998, estreou na Marquês de Sapucaí, no antigo Grupo B, pelo Arranco do Engenho de Dentro. Em 2006, neste mesmo Grupo, reeditou o enredo "O Amanhã", no Boi da Ilha do Governador. Hoje, aos 53 anos, continua se especializando para poder oferecer trabalhos ainda melhores. "Além de Biólogo, sou Cenógrafo e Especialista em Figurino e Carnaval. Busquei essas formações pra melhorar minhas técnicas e ter um olhar mais acadêmico no meu trabalho", disse Roberto.

Preparativos - Roberto Oliveira falou com exclusividade à Cadência da Bateria sobre o desenvolvimento do enredo e sua relação com a escola. "A expectativa é muito boa. Primeiramente, a ótima aceitação do enredo pela Diretoria, Comunidade e Compositores. A Magnólia, em 2018, fez um desfile grandioso, principalmente em Alegrias e Adereços, e pra 2019, estamos preparando um desfile aos moldes do Rio de Janeiro, dentro das proporções e limitações que a Rua da Conceição nos oferece. Já estamos estruturando, fisicamente, a maior parte dos Figurinos das alas, com dimensões e efeitos visuais bastante elevados, com momentos de luxo intercalados com originalidade. Da mesma forma, estamos no preparo das Alegrias e Adereços. A Magnólia está preparando muitas surpresas pra este Carnaval, e esperamos agradar o público, realizando um belo espetáculo. Valerá muito a pena, assistir", declarou Roberto.

Enredo - Sobre o tema "A Corte da Magnolia Brasil em Terras Cuyabanezas", o carnavalesco explicou à Cadência, o conceito do desfile. "Estaremos homenageando os trezentos anos da cidade de Cuiabá, Capital de Mato Grosso, e nosso conceito plástico está na força da cultura cuiabana, da chita, do universo estampado em flores, do Siriri de pé no chão. O colorido de sua arte, de sua natureza e da alma cuiabana, servirá de matriz para nosso desfile. Podem aguardar uma Magnólia bastante colorida. Essa é uma marca principal do cuiabano", detalhou Roberto.

A Corte da Magnólia Brasil fará uma viagem à velocidade do samba, e chegará em São Gonçalo Beira Rio, onde nasceu Cuiabá. Lá, estará acontecendo a festa em homenagem aos trezentos anos, e a Corte será recebida por tuiuius arlequinados, conhecendo as belezas do lugar, as origens de seu povo, sua Cultura e o jeito cuiabano de ser. Ao término da Festança, a Corte retorna à Niterói, onde acontece a maior Festa da cidade: o desfile das Escolas de Samba. 

Confira a sinopse do enredo: 

foto: Marcos Bergamasco | Prefeitura de Cuiabá)

INTRODUÇÃO

Muito prazer, sou cuiabano.

“A cultura é a soma dos comportamentos, saberes, técnicas, conhecimentos e valores acumulados pelos indivíduos durante suas vidas e, em uma outra escala, pelo conjunto dos grupos de que fazem parte. A cultura é uma herança transmitida de uma geração a outra. (...).” (Claval -1999:63)

Para este Carnaval de 2019, a Magnólia Brasil resolveu homenagear os trezentos anos da Capital de Mato Grosso, Cuiabá, através de seu povo, sua arte, sua cultura e suas belezas naturais.

Cidade localizada no Centro da América do Sul, marcada pelo Centro Geodésico, é conhecida como Cidade Verde. Porém, ao chegar à cidade, se descobre mais que o verde, o colorido de seu povo estampados nas roupas do Cururu e Siriri, na sua arte, no artesanato e no seu jeito alegre de viver.

A Corte da Magnólia Brasil nada mais é que a Corte do Carnaval, que à velocidade do samba faz uma viagem à cidade aniversariante e chega em meio a uma festa, no Bairro de São Gonçalo Beira Rio, onde nasceu Cuiabá.

Esse berço da cultura e das tradições cuiabanas, hoje, abriga pouco mais de trezentas pessoas, descendentes diretos dos primeiros habitantes da região. Os bandeirantes que ali chegaram , foram com o propósito de capturarem índios para o serviço escravo, principalmente Payaguás, Bororos e Caxiponés, mas logo encontraram o ouro e ali se instalaram, definitivamente, marcados como os primeiros Cuyabaneses no século XVIII, mais precisamente 1719.

Após a corrida do ouro, Cuiabá se isolou do resto do Brasil, o que fez com que sua cultura e seu jeito de viver não sofressem tanto com as interferências externas. Esse isolamento foi extremamente importante para se manter tradições e comportamentos culturais perdidos ao longo dos anos no resto do país, como o Cururu e o Siriri, por exemplo.

Pretendemos, com este desfile, configurar-nos como a alma e o espírito cuiabano, vestidos das cores de seu povo, de sua arte e de sua cultura.

A homenagem aos trezentos anos de Cuiabá, aqui representada pelo jeito cuiabano de ser, se encerra com o retorno da Corte da Magnólia Brasil à Niteroí, onde também ocorre uma festa, a maior da cidade, os desfiles das Escolas de Samba, a ópera popular que nos permite fazer viagens em poucos minutos, à velocidade do samba.

Parabéns, Cuiabá!

SINOPSE

A Corte Carnavalesca da Magnólia Brasil faz uma viagem a velocidade do samba, e entre pompons multicores, chega ao Centro Geodésico da América do Sul, onde se avista melhor o Cruzeiro do Sul, que neste ano de 2019, completa trezentas purpurinas.

Ao som da Viola de Cocho, do Mocho e Ganzá, num estridente e acelerante toque musical, a Corte da Magnólia chega ao bairro de São Gonçalo Beira Rio, onde nasceu Cuiabá, local marcado pra festança, e é recebida pelo seu povo hospitaleiro e festeiro, de rebuça e chuça, que tem nas veias uma cultura forte e única, e que se propõe a contar parte de sua própria história, sua cultura e suas origens.

Cuiabá do rio... do rio de mesmo nome que corta e alimenta de vida a Cidade Verde. A Corte carnavalizada depara-se, não só com o verde, mas com o colorido mágico do seu povo, de sua arte e de sua natureza, cidade Portal do Pantanal Matogrossense.

O tecido estampado, a chita, o pano que absorve a tinta, a tinta que invade as telas dos artistas. Telas que refletem a natureza, o dia a dia do seu povo e sua alma multicolorida. A Cidade Verde, na verdade, é Cidade de Todas as Cores.

Sou chique com minha chita

Sou chique com meu chitão

Temos fitas coloridas

Enfeitando a trtadição...

Quem disse que a chita não é chique?

Quem disse que ela não tem seu valor?

Misture com fitas. Que vai dar o esplendor.

Aves bailam em revoadas “arlequinadas”, recepcionando colombinas apaixonadas por pierrôs, que se deparam com as cores vivas e fortes da natureza, e que inspiram as misturas das tintas, dos artistas da terra. Tuiuius frenéticos são embalados pelo samba, e que logo se rendem as passadas rápidas do Siriri, ou compassadas do Cururu, do seu povo em festa. Êta póvo que gosta de um rebuça e chuça! “Sô arroz de festa, memo, e comadre sinhá sabe disso”. Tenho dito.

Onças e lobos guarás rosnam em comemoração, jacarés invadem a água do rio, colibris em revoadas recebem a Corte Carnavalesca, enquanto perilampos se preparam pra “alumeiar” a festança, durante à noite.

kuayaverá , Cuyaverá , Cuiavá, Cuiabá. Os Payaguás, Bororos e Coxiponés navegavam pelos rios, Cuiabá e Coxipó, rio abaixo e rio acima. Os bandeirantes queriam destiná-los ao cativeiro, mas acharam ouro no Coxipó e ali se instalaram. Em 1719, com a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, fundou-se o Arraial da Forquilha, na localidade São Gonçalo Velho, onde o Coxipó deságua no Cuiabá.

“Limitando qual novo colosso

O ocidente do imenso Brasil

Eis aqui, sempre em flor, Mato Grosso

Nosso berço glorioso e gentil.

Eis a Terra de minas faiscantes

Eldorado como outro não há

Que o valor de imortais bandeirantes

Conquistou ao feroz Payaguás.

... Salve Terra de amor, Terra de ouro

Que sonhara Moreira Cabral

Chova o céu dos teus dons o tesouro

Sobre ti, bela terra natal...”

(Trecho do Hino de Mato Grosso)

Como quase tudo se acaba, a corrida do ouro chegou ao fim, e a Verde Capital do velho oeste brasileiro teve que resistir a longos anos de solidão e isolamento.

O isolamento fez com que seu povo e sua cultura fossem preservados, diferentemente dos outros brasis. A sandália arrastando no chão, levantando a poeira e tingindo a chita de barro. Com movimentos rápidos, balançando a saia, o Siriri ganha outro tom, enquanto, Cururueiros em círculo, rimam toadas zombeteiras da mulher do vizinho.

É assim até hoje. De São Gonçalo Velho passou a se chamar de São Gonçalo Beira Rio. Aqui, nasceu Cuiabá, e seu povo carrega na alma e no sangue, a cultura de seus ancestrais.

Entre igarapés, hoje, canoas e barcos não são dos índios, mas dos pesacadores ribeirinhos, que alimentam a cidade. O ouro mais precioso é sua gente, sua Terra, sua cultura. O dourado do sol, que aquece essa Terra o ano inteiro, brilha nos olhos dos seus filhos, de tchapa e cruz, como o ouro da alma.

Do barro que mancha a chita , os ribeirinhos fazem sua arte. O forno aqueçe cambucas, tigelas, figuras humanas, aves... cerâmica artesanal, do barro que sai do rio.

A fé move esse povo, que não desiste nunca de viver e ser feliz, mesmo com muito pouco. O pouco é muito para os que amam a vida e a liberdade do seu lugar. Salve Bom Jesus de Cuiabá, nosso Padroeiro. Salve São Benedito, nosso Santo maior. Salve São Gonçalo, Nossa Senhora Aparecida, salve Santo Antônio, São Pedro e São João. Romeiros surgem de todas as partes, com preces e louvores, pedindo bênçãos a todos os seus. Rogai por nós!

Benzedeiras espalham e espantam o mal olhado, dançando o rítimo acelerante e dissiminando o bem. Em seus movimentos de benzeduras, bendizem com palavras de fé e esperança, enquanto, em outro canto, parteiras dão a luz a um novo ser, mais um Tchapa e Cruz.

A festa continua! Queima lenha no tacuru e bota a panela pra ferver. Vote! Coisa boa é a comida da morena. Moreninha linda, do meu bem querer...

... A sua culinária

Todos vão querê prová

Paçoca, bolo de arroz

Francisquito e guaraná...

...Tem farofa de banana

Doce em compota e pixé

Tem mujica de pintado

Pequi e maria izabé...

Ao som da viola de cocho, cururueiros empinam o ganzá de taquara e batem no mocho de couro de boi, entoando versos zombeteiros numa batalha de rimas. É o Cururu malandramente, se mostrando pro samba carioca.

Casais dançam enquanto cantores e músicos lançam toadas aceleradas, louvando o Siriri de pé no chão.

Bendito isolamento territorial, que fez com que essa dança típica, composta por elementos indígenas, africanos, portugueses e espanhóis, com variadas evoluções, não se perdesse nesse canto de Brasil. São trezentos anos de resistência e existência, desde os fundos dos quintais, das festas em sítios e fazendas, às festas santas nas Igrejas Católicas, para a perpetuação dessa tradição única, que só restou em um local único. Cuiabá.

O saranzal e a chimbuva

Plantas de grande colosso

Que faz o som da nossa dança

E a viola de cocho

O couro que nos fornece

Para fabricar o mocho

Vem do boi ou vem da vaca

Mas ´so quando o bicho é morto

A taquara é estridente

Quando ela é rachada

De nó em nó faz o ganzá

Que anima essa moçada...

Mas se preferir, pode convidar a morena pra dançar um rasquedo e levantar poeira do salão. A tal moreninha linda do meu bem querer!

Parabéns São Gonçalo Beira Rio, parabéns Cuiabá, pelos trezentos anos de vida. Que seu povo nunca perca a doçura, a alegria, a energia e o bem viver. Que suas belezas naturais sejam eternamente preservadas, e que seu povo seja eternamente feliz.

A Festa acaba e a Corte da Magnólia Brasil se despede da Cidade Verde, e a velocidade do samba retorna pra Niterói, Cidade Sorriso, e que também está em festa. É carnaval...

Anotações relevantes:

Centro Geodésico da América do Sul:

Demarcado pela Comissão Rondon, em 1909, o centro geodésico da América do Sul fica no antigo campo do Ourique - hoje a praça Moreira Cabral, onde também fica a Câmara Municipal de Vereadores. O local já foi uma praça de enforcamento de condenados e também um campo de touradas.

Estridente e acelerante toque musical:

O Siriri tem um rítimo bastante acelerado, acompanhados pelo som da viola de cocho, ganzá e do estridente mocho.

Rebuça e chuça:

Refere-se ao cuiabano, povo festeiro e gosta muito de dançar. Chamar uma pessoa pro rebuça e chuça, é o mesmo que chamar para a balada ou para dançar.

Sô arroz de festa, memo, e comadre sinhá sabe disso:

Expressões cuiabanas, onde o termo comadre é bastante usado. O cuiabano não é de perder nenhuma festa a que tenha sido convidado. Adora “festá”.

Alumiar:

Iluminar.

Vote:

Expressão de espanto. Dependendo da intonação, pode significar algo positivo como negativo. Podemos fazer uma equivalência com: Nossa!

Tchapa e Cruz:

Indivíduo que nasce em Cuiabá, onde no passado recebia uma chapa de alumínio no pulso, e morre em Cuiabá, recebendo a cruz. Ou seja: cuiabano que nasce e morre em Cuiabá.

Tacuru:

Trempe, formada por três pedras soltas, em que se assenta a panela sobre o fogo; itacuruba; tacuruba.

Expressão extraída de:

“Tabuleiros de negras velhas, ao lado de fogões improvisados com tacurus de pedra e ferro, se estendiam em frente ao circo” - Quem conta um conto, de Cornélio Pires – Editora Monteiro Lobato, 1925 (p. 100).

Moreninha linda do meu bem querer:

Trexo da música Moreninha Linda, de Tonico e Tinoco, muito tocada em ritmo de rasqueado nas festas em Cuiabá.

Inserções:

Trexos de toadas de Siriri de composição de Maria Madalena Macedo, Diretora Artística do Grupo de Siriri Pixé, do Centro de Cultura Matogrossense Flor de Pequi, de Nova Mutum, MT.

Enredo e Sinopse:
Roberto Oliveira 

Consultas:

Claval, Paul – A Geografia Cultural- Ed. UFsc , 1999: 63.

Pires, Cornélio - Quem conta um conto – Editora Monteiro Lobato, 1925 (p. 100).

SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade aos dias atuais. Cuiabá: Entrelinhas, 2002.

Cuiabá - Wikipédia, a enciclopédia livre.

http://brasilimperdivel.tur.br/origem-termo-cuiaba/

http://www.diariodecuiaba.com.br/especial2.php?cod=5&mat=15221

Tenuta, José Augusto – Cuiabá de Tchapa e Cruz, Ed. Entrelinhas – 2015.
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